Dívida do Grupo TIM cresce quase 1 bilhão de euros no 1º trimestre
Com apoio das crescentes receitas obtidas pela TIM Brasil, o Grupo TIM (antiga Telecom Italia) reduziu o prejuízo líquido no primeiro trimestre deste ano para 342 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,92 bilhão), ante resultado negativo de 622 milhões de euros (R$ 3,5 bilhões) apurado no mesmo período do ano passado.
No entanto, a dívida financeira líquida ajustada, principal motivo que fez a direção da operadora optar pela venda da unidade de rede fixa, a NetCo, teve um incremento de 988 milhões de euros (R$ 5,4 bilhões) nos três primeiros meses do ano, chegando a 26,64 bilhões de euros (R$ 149,87 bilhões). O endividamento totalizava 25,65 bilhões de euros (R$ 144,3 bilhões) ao fim de 2023.
Segundo o Grupo TIM, a dívida foi afetada por efeitos não recorrentes, como uma ordem de apreensão preventiva emitida pelo juiz de instrução do Tribunal de Milão em fevereiro. O montante de 249 milhões de euros foi reembolsado à companhia em abril, portanto, após o enceramento do trimestre.
“Sem os efeitos não recorrentes acima mencionados, a tendência subjacente da dívida do Grupo, que foi afetada por maiores necessidades financeiras e operacionais, pagamento de dividendos pela TIM Brasil e algumas dinâmicas sazonais, está em linha com a projeção para 2024”, afirma a operadora, em trecho do balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira, 29.
Receitas
As receitas totais do grupo alcançaram 3,9 bilhões de euros (R$ 21,9 bilhões) no primeiro trimestre, alta anual de 1,2% em termos orgânicos. O resultado foi impulsionado pelas operações no Brasil, que cresceram 8,1%, enquanto a receita doméstica teve queda de 1,3%.
Já a receita de serviços totalizou 3,6 bilhões de euros (R$ 20,25 bilhões) entre janeiro e março, com crescimento significativo no Brasil (8,1%). Na Itália, o faturamento de serviços avançou 1,3%, registrando a segunda alta trimestral consecutiva.
Para todo o grupo, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) cresceu 1,6% na comparação anual, chegando a 1,5 bilhão de euros (R$ 8,44 bilhões). A sexta alta seguida do indicador foi puxada pela TIM Brasil (11,8%), uma vez que houve baixa de 3,4% no primeiro trimestre na Itália.
Já os investimentos, incluindo gastos com licenças de espectro, somaram 940 milhões de euros (R$ 5,28 bilhões) no primeiro trimestre, alta de 12,3% ante o mesmo período do ano passado. O capex avançou tanto no território doméstico (13,5%), com a maior parte dos desembolsos direcionada para redes FTTC e FTTH, quanto no Brasil (9%), onde foi usado para acelerar a implementação do 5G e em soluções de segurança cibernética.