Disputa entre EUA e China pode afetar a 5G brasileira, alerta Oi

O diretor de regulação da Oi, Carlos Eduardo Medeiros (Cadu) defende cautela para a realização do leilão da 5G
Thommas68 por Pixabay

O diretor de Regulamentação da Oi, Carlos Eduardo Medeiros, afirmou hoje, 19, que o leilão das frequências da quinta geração da telefonia móvel, a 5G, no Brasil poderá ser afetado pela disputa tecnológica travada entre os Estados Unidos e a China, somando-se ao coro daqueles que querem que a Anatel adie esse leilão.

A venda dessas frequências, que por sinal tinha sido prometida para o final deste ano, foi adiada para o primeiro trimestre de 2020, confirmou o presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais.

Para o executivo da Oi, a disputa entre os dois países provoca insegurança para a adoção do padrão mundial 5G, e será preciso, primeiro, o Brasil esperar pelo resultado deste embate antes de o país tomar qualquer decisão na direção da adoção da nova geração da telefonia móvel.

” É preciso observar a questão dos investimentos intensivos que serão necessários para uma rede com vida útil considerável e não se pode desconsiderar o padrão mundial que irá prevalecer”, disse Medeiros.

O executivo da Oi assinalou também que a tecnologia de quarta geração – a 4G- não se esgotou, e que os investimentos feitos pelas operadoras ainda não se pagou, e, por isso, o correto seria esperar um pouco mais para se certificar dos custos e da adoção do padrão mundial.

Para Monique Barros, gerente de Planejamento Regulatório da Claro Brasil, seria precipitado fazer a licitação da 5G mesmo no primeiro trimestre do próximo ano, tendo em vista que as frequências da 4G não foram sequer todas desocupadas.

Janela 

O presidente da Anatel, Leonardo de Morais, afirmou que a preocupação é “não perder a janela da 5G”, tendo em vista que essa tecnologia irá trazer um aumento de produtividade para toda a economia, e não só mais velocidade na comunicação de dados.

E assinalou que o padrão da 5G, no âmbito da União Internacional de Telecomunicações (UIT), o 3GPP, já está definido contando inclusive com o protagonismo do Brasil, além dos Estados Unidos e China. “Do ponto de vista técnico, estamos preparados. Mas do ponto de vista geopolítico, não cabe à Anatel entrar na discussão”, disse.

Os executivos participaram do evento promovido pela Universidade de Brasília e Teletime.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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