Desligamento da TV analógica da capital paulista pode ser adiado de março para setembro

O foco é o desligamento da TV analógica que vai acontecer no próximo dia 26 de outubro na Capital Federal. Por isso, o Gired (grupo que conduz a transição) e a EAD empresa das operadoras de celular que implementa o processo, negam que qualquer discussão ou decisão sobre São Paulo tenha sido tomada. Mas três fontes ouvidas pelo Tele.Síntese - do governo, das teles, e das TVs - afirmaram que já há consenso para o adiamento do switch off da região metropolitana de São Paulo, que estaria previsto para março, para setembro, juntamente com o restante do estado.

Controle_remoto_TVO presidente do Gired (grupo que conduz o processo do desligamento da TV) nega que tenha sido discutido o tema. O diretor-geral da EAD (empresa que implementa as decisões do Gired),  Antonio Carlos Martelletto, também nega qualquer discussão sobre São Paulo. Mas o portal apurou com três fontes diferentes – do governo, das operadoras e dos radiodifusores – que o desligamento dos sinais de TV analógica da região metropolitana de São Paulo, previsto para março, deverá ser adiado para setembro do próximo ano, para que o processo seja unificado com o restante do estado de São Paulo.

E, pela primeira vez, o adiamento não seria pedido pelos radiodifusores, mas pelos operadores de telecomunicações, que teriam problemas de logística, para a distribuição dos conversores para a população de baixa renda na capital. “Nós, radiodifusores, estamos prontos para desligar nossos equipamentos em março”, afirma a fonte.

Além disso, os custos com a comunicação poderiam cair, se o processo for unificado para todo o Estado. Outra razão para essa mudança no cronograma teria sido o atraso na definição do set top box a ser comprado pelas operadoras de celular para a distribuição à população de baixa renda.

Mas, oficialmente, a data continua mantida, e cronograma está sendo cumprido à risca. Segundo Martelletto, a inclusive, já iniciou a distribuição dos primeiros conversores digitais na capital paulista, que tem a data do desligamento marcada para o final de março.

“Nós já começamos a distribuir os kits na capital de São Paulo esta semana. Não estamos fazendo publicidade ainda, pois poderia aparecer muita gente e não teríamos condição de atender a todos. Já começamos o programa de agendamento, com 180 mil Kits. Até agora, qualquer discussão sobre reavaliação de data não está na nossa mira. O nosso foco é Brasília, o objetivo é atender toda a população”, disse o executivo.

O presidente do Gired, Rodrigo Zerbone, afirmou que há apenas um pedido do Gired para que a EAD estudasse as ações em São Paulo em relação ao tempo de implantação. “Fora isso,  ficou decidido que qualquer ação sobre qualquer outra região só seria tomada depois do desligamento de Brasília”, afirmou.

Brasília

Em Brasília, a EAD já distribuiu 270 mil conversores, 77% do público-alvo, marca bem acima a de Rio Verde, a cidade-piloto, que fechou com pouco mais de 60%. A última pesquisa para auferir as casas aptas a receberem o sinal de TV digital já está sendo feita, e os radiodifusores continuam a questionar os critérios aplicados. Para eles, a pesquisa “inflaciona” artificialmente os telespectadores que realmente teriam capacidade de receber os sinais digitais.

Mas o ministro Gilberto Kassab já decidiu que os critérios são válidos e que o desligamento da TV na capital federal no dia 26 de outubro vai mesmo acontecer.

Depois do desligamento, a operadoras de celular vão aumentar a capacidade do call center, para atender o aumento das ligações daqueles que  não trocaram seus televisores, e duplicar a capacidade de entrega dos kits, que é hoje de 20 mil por semana, para 40 mil.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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