Desafio é integrar inovações, diz Campos Neto no Fintouch 2022
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 28, que o desafio agora do BC é integrar todas as inovações de ferramentas dentro do sistema financeiro, considerando que é essa integração que vai cumprir o objetivo de maior competição e novas ideias.
“E como todo projeto de tecnologia, o projeto de integração, a gente sabe como ele começa, mas não tem muita certeza de como vai se desenvolver”, disse Campos Neto em vídeo previamente gravado e exibido na abertura do Fintouch, evento organizado pela Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs).
“Nosso desafio agora é integrar todas as inovações”, disse, citando o Pix, o Open Finance, a moeda digital e a descentralização da finanças, conhecida como DeFi.
O presidente do BC destacou a expectativa de que “em algum momento” tenha-se um sistema de pagamento transfronteiriço e um sistema de inovação “que cruze fronteiras”, com o real digital como parte desta carteira.
“Nosso objetivo é trazer o mundo de finanças descentralizado mais próximo ao mundo regulado”, disse Campos Neto, acrescentando que o BC está “de portas abertas” ao diálogo com as fintechs e com as instituições financeiras como um todo.
Fintouch 2022
A nova edição do Fintouch, maior evento do calendário da ABFintechs acontece nesta quarta-feira de forma presencial em São Paulo. Com o tema “Desafios das fintechs em 2023”, a programação conta com a participação de nomes de referência nacionais e internacionais do ecossistema.
Além de inovação e tecnologias disruptivas, os painéis discutirão temas relacionados às novas regulações, oportunidades de negócios e internacionalização. Além do vídeo do presidente do BC, a abertura contou com a presença do presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro B. Nascimento, que voltou a afirmar que a sua gestão frente à autarquia tem base em três pilares: financiamento, pessoas e tecnologia. “Quero ser um regulador tech”, ressaltou.
João Pedro Nascimento falou sobre a necessidade de um ambiente menos burocrático, menos custoso e menos amarrado no mercado financeiro. “Colocamos como prioridade regulamentar o marco legal das startups e dispensamos a necessidade de publicação em jornal de grande circulação e no Diário Oficial da União dos balanços e das demonstrações financeiras das empresas que tenham receita anual inferior a R$ 500 milhões, o que desonera bastante essas companhias”, exemplificou.
O presidente da autarquia afirmou que nos próximos dias a CVM vai anunciar a consolidação das regras dos fundos de investimento. “Para quem trabalha no ambiente das fintechs esse novo arcabouço é muito importante e estamos dando andamento ao marco legal das startups, que ainda precisa de regulamentação”, concluiu.