Depois de crescer 54% em 2023, Arklok mira mercado de telecom
No mercado de outsourcing de infraestrutura de TI há 14 anos, a Arklok começou com a locação de equipamentos como PCs para o mundo corporativo e atualmente tem mais de 200 mil itens alocados em cerca de mil clientes dos mais variados segmentos. Além dos PCs e notebooks, a empresa faz a locação de outros dispositivos, como impressoras, smartphones, nobreaks, assim como totens de autoatendimento para o varejo. Agora, a empresa mira o mercado de telecom.
“Em maio, fizemos o lançamento estruturado da disponibilidade de produtos para telecom na Abrint e hoje estamos com mais de 30 ISPs como clientes. Já montamos com uma equipe voltada para atender o setor de telecom”, explica Renan Torres, vice-presidente da Arklok e responsável pelo projeto na empresa.
O produto lançado pela Arklok no Encontro Nacional Abrint foi batizado de POP as a Service, cuja finalidade é oferecer não só para ISPs (provedores regionais de internet), mas para todo o mercado de telecom, uma gama de produtos de infraestrutura, como rack, equipamentos de rede, monitoramento de câmeras, nobreak, entre outros.
“Muitos ISPs não conhecem esse cenário do outsourcing. Nesse primeiro momento, apresentamos a essas empresas o que a gente enxerga como principal necessidade, mas também estamos ouvindo esse pessoal para entender o que precisa. A partir disso, estamos até mesmo criando soluções internamente para oferecer”, diz Torres.
Para incluir a nova carteira de clientes, a Arklok, que já é uma das maiores compradoras de PCs no atacado de fabricantes como Lenovo e Dell, precisou ampliar e trazer para seu ecossistema de fornecedores empresas como a Cisco e a Extreme Networks.
“Como grande comprador, consigo ter condições diferenciadas. Já os pequenos provedores, que têm dificuldade de capex (despesa de capital) ou não conseguem comprar diretamente dos fabricantes, têm à disposição toda uma camada de serviços, por uma mensalidade, e com suporte que fica por nossa conta”, explica o vice-presidente da Arklok.
Isto é, de forma geral, além de alugar o equipamento, a empresa de locação oferece um back up caso o dispositivo se desatualize ou tenha outros problemas de funcionamento.
Regionalização
Uma das preocupações da Arklok é regionalizar o atendimento para estar mais perto desses clientes. No ano passado, a empresa, que tem sede em São Paulo, ampliou seus escritórios no Rio de Janeiro, Belém e Fortaleza. Também inaugurou um novo centro de distribuição e seis novas bases avançadas. Atualmente, tem clientes em cerca de 1.200 cidades.
O objetivo da regionalização não é somente o mercado de telecom, mas ele também está incluído no plano de crescimento da empresa. “Se eu tenho equipamentos próximo ao assinante, consigo atender um contrato de forma muito mais rápida e isso passa a percepção de maior qualidade do serviço prestado. Ter um estoque local me ajuda a ter uma força de venda ali, mas também é uma base técnica e operacional.”, afirma o vice-presidente da Arklok.
O executivo, que está na Arklok há três anos, tem uma experiência anterior de 15 anos na área de telecom, dez deles como diretor nacional de vendas da Americanet (atual Vero). Na empresa, Torres coordenava a venda no atacado de uma solução para provedores. “Eu sabia as dores deles”, comenta, ao explicar como percebeu que havia ali uma oportunidade de negócio.
Algumas empresas de telecom já usavam os serviços Arklok, mas os produtos alugados tinham como finalidade serem realocados para os clientes finais das operadoras. “Se já fornecíamos PCs para uma operadora ou um provedor, por que não disponibilizar produtos voltados para o core business deles, desde soluções de fibra ótimo, de datacenter ou de energia?”, compara Torres.
Perspectiva
Em 2023, a Arklok teve um crescimento orgânico de 54%. No primeiro semestre deste ano, de acordo com Torres, a empresa cresceu 45% em comparação ao mesmo período do ano passado. Com os clientes de telecom, a expectativa é de mais expansão nos resultados.
“Acredito que, em pouco tempo, a área de telecom passe a ter uma representatividade entre 10% e 15% dentro do nosso faturamento, seja como na revenda de produtos da Arklok, seja a partir da utilização das soluções de tecnologia que estamos oferecendo diretamente a eles”, afirma Torres.