Departamento de Defesa dos EUA convoca indústria e compartilha espectro para a 5G

A Defesa dos EUA anunciou no MWC Los Angeles que vai contratar em massa empresas que consigam desenvolver soluções para o compartilhamento de espectro, para a realidade virtual e inteligência de instalações. O chamamento para os pilotos ocorrerá em novembro.

Los Angeles – O governo dos Estados Unidos está decidido a demonstrar que, na corrida pela liderança da nova sociedade digital, que virá com a 5G, usará todos os recursos disponíveis. Hoje, 23, durante o Mobile World Congress (MWC), nos Estados Unidos, o Departamento de Defesa (conhecido como DoD) anunciou um chamamento público para o capital privado  para estimular o desenvolvimento da tecnologia no país. 

O DoD irá lançar em novembro um piloto para uma futura proposta de contratação, que deverá ocorrer em dezembro,  de tecnologias 5G a serem desenvolvidas pela iniciativa privada para as demandas militares. Nesse  piloto, a Defesa irá colocar à disposição da indústria norte-americana quatro instalações militares para desenvolverem soluções em três áreas: compartilhamento dinâmico do espectro; realidade aumentada e realidade virtual para ser usadas no planejamento e exercício de missões militares  e inteligência de logística para armazéns militares.

“Temos um grande desafio por espectro nos Estados Unidos, principalmente nas bandas médias, e sabemos que juntos poderemos trabalhar para que a indústria e o DoD possam usar corretamente o que exise”, disse Lisa Porter, diretora de pesquisa e engenharia do Departamento de Defesa.

Segundo a executiva, a nova forma de compartilhamento de espectro, conhecida como CPRS (ou seja, ocupa-se os espaços do espectro que estão mal utilizados ou pouco utilizados em determinado dia ou horário) poderá ser usada nos dois sentidos – tanto nas frequências de uso exclusivo das Forças Armadas norte-americanas como nas bandas ocupadas pela iniciativa privada –  pois todos precisam aprender a otimizar a ocupação das faixas. “Sabemos que o DoD tem muito espectro de banda média, e que é muito importante para a 5G, e, por isso, a nossa iniciativa”, explicou ela.

Lisa disse aos jornalistas que a Defesa quer trabalhar em parceria com a iniciativa privada para realmente entender “como as coisas estão acontecendo”.

“Não estamos falando apenas de telefones celulares ou vídeos de gatos. A 5G irá fazer com que tudo se conecte a tudo. E nenhum de nós ainda entendeu exatamente como isso irá funcionar. Mas uma certeza temos: será bastante complexo e, com a complexidade  vêm ataques muito maiores e muito mais vulnerabilidades”, completou. 

Confiança Zero

A base para a construção dessas novas soluções, disse Lisa é a ” zero trust” ou confiança zero. Ou seja, a Defesa está buscando alternativas de arquiteturas inteligentes que amplie a segurança dos sistemas norte-americanos imune a falhas. “Queremos desenvolver arquiteturas que não tenham a presunção da confiança” afirmou.

A jornalista viajou a convite da GSMA

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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