Presidente da TIM não quer regra única para consolidação

Stefano de Angelis, embora entenda que a aprovação da reforma de telecom tenha se acelerado por causa da Oi, disse que todo o setor se beneficia com regras estáveis. E acha que é o momento de se reanalisar as regras de fusão e aquisição.

 

Presidente da TIM Brasil (foto: divulgação)
Presidente da TIM Brasil (foto: divulgação)

O CEO da TIM, Stefano de Angelis, acredita que a aprovação da lei com o  novo modelo de telecomunicações (cujo projeto foi aprovado em comissão terminativa no Senado Federal na semana passada) deixa o ambiente regulatório mais tranquilo, o que é bom para os investimentos. “O cenário de estabilidade na regulação incentiva os investimentos”, afirmou o executivo.

Embora avalie que a mudança regulatória foi acelerada devido à situação da Oi (que tem uma dívida de R$ 65 bilhões e está em recuperação judicial) ele afirma que as mudanças afetam a indústria de telecom como um todo, que também tem o interesse comum de que a concessionária dê certo.

Para o executivo, a liberação da revenda do espectro prevista na nova legislação irá criar um novo desafio regulatório, que é o de redefinir o limite de frequência que cada operadora poderá ter. De Angelis defende que a agência, ao invés de editar regras homogêneas para as operadoras de celular,  faça uma análise caso a caso sobre a concentração do mercado e o cap de frequência.

“A Nextel,  por exemplo, tem uma participação muito restrita no mercado, mas tem o mesmo espectro cap se uma Vivo se fundisse com uma Claro. O ideal seria que se pudesse deixar aberta a possibilidade de consolidação operação por operação, conforme as condições competitivas do mercado”, defendeu ele.

De Angelis observou que a indústria de celular tem três ativos valiosos – o espectro, a infraestrutura e os clientes. E que a revenda irá aumentar o valor de todas as operadoras.

E a última banda de 700?

Para Pietro Labriola, COO da operadora, uma das perguntas que ainda precisa ser respondida pelo regulador, com a aprovação do novo marco legal, é o que vai ser feito com a faixa de 700 MHz que está sobrando, e que não foi comprada pela Oi à época em que todas as outras compraram.

“A situação da Oi é muito complexa. Nos últimos anos, o Capex da empresa foi similar ao da TIM, e nós só temos operação móvel. A Oi só possui a frequência de 2,5 GHz, o que é um problema para ontem e para hoje. E o espectro de 700 MHz que está disponível não pode ser reservado para ela”, alerta o executivo.

Quanto à estratégia comercial, Labriola afirma que a TIM vai continuar a focar na redução do churn e na busca de mais rentabilidade, e não na ampliação da base. “Claro e Oi estão destruindo valor”, dispara ele.

No próximo ano, disse, a TIM terá novidades para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, cortados pela rede de fibra óptica da TIM Live. “Teremos ofertas convergentes com todos os elementos”, afirmou.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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