31% dos acessos móveis na América Latina serão pós-pagos em 2021
A expansão da cobertura de redes 3G e 4G, a melhora na qualidade do serviço móvel, a proliferação de smartphones e a migração de clientes pré-pagos para planos controle estão garantindo o resultado das operadoras na América Latina, conforme levantamento feito pela consultoria Frost & Sullivan.
As empresas estão buscando atrair mais clientes para planos pós-pagos para aumentar seus ARPUs (receita media por usuário, na sigla em ingles), em um mercado onde planos pré-pagos representam 74,2% das 546,8 milhões de linhas em serviço. A Frost & Sullivan estima que, com a migração de usuários pré-pagos para os planos controle, mais acessíveis que os planos pós-pago puros, as conexões pós-pagas devem crescer de 25,8% em 2015 para 31% em 2021.
O mercado móvel deve voltar a crescer nos próximos anos, apesar da queda de 18,7% nas receitas em 2015 comparado a 2014. Esta queda se deveu, principalmente, à grande variação nas taxas de câmbio. A receita total do mercado em 2015 foi de US$58,32 bilhões, com o número de linhas caindo 3% para 546,8 milhões. A política de churn das operadoras levou à desconexão de linhas inativas, especialmente no segmento pré-pago. Com a crescente adoção de serviços de dados móveis, a expectativa é de que a receita do mercado cresça para US$76,85 bilhões em 2021, a uma taxa media anual de 4,7%.
“As linhas pós-pagas também estão crescendo devido à comunicação máquina-a-máquina (M2M) e aos subsídios oferecidos pelas operadoras na compra dos aparelhos, uma vez que muitos consumidores ainda estão migrando de feature phones para smartphones”, afirma a analista de indústria de Transformação Digital da Frost & Sullivan, Georgia Jordan.
“O segmento pré-pago, por sua vez, deve continuar caindo devido às medidas regulatórias de corte de tarifas de interconexão, que eventualmente reduzirão a diferença de preço entre chamadas on-net e off-net, eliminando assim a necessidade dos consumidores utilizarem múltiplos SIM cards”, complementa.
As operadoras esperam compensar essa queda nas receitas de interconexão gerada pelos cortes regulatórios com o crescimento das receitas de serviços de dados como banda larga móvel, M2M e serviços de valor agregado (SVAs), que atualmente representam 37,3% da receita total de serviços móveis, e devem crescer para 57,3% em 2021.
Por outro lado, a falta de concorrência em zonas rurais e a concentração do mercado em alguns países ajudam a segurar o crescimento do mercado. Os governos latino-americanos têm buscado incentivar a competitividade nesse mercado com a implantação de medidas de portabilidade numérica e com a regulação de operadoras móveis virtuais (MVNOs, na sigla em inglês).
O relatório indica também que o Brasil continuará a ser o maior mercado de serviços móveis da América Latina, com 47,5% das linhas e 34,6% das receitas. Essa diferença se deve à alta penetração de usuários pré-pagos no país.
Na Colombia e México mais de 80% dos usuários são pré-pagos, devido à alta concentração competitiva desses mercados, gerando baixas taxas de penetração do serviço móvel. O mercado mais maduro da região é o Chile, com 5,0% das linhas e 7,0% das receitas. O país também conta com a taxa mais alta de penetração do serviço, com 151,5 linhas por pessoa, e a mais baixa proporção de usuário pré-pagos, de 68,9%.