CVM apura possíveis irregularidades em operações da Oi
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) comunicou na noite de ontem a abertura de dois inquéritos para investigar possíveis irregularidades em operações financeiras da Oi. Ambas as investigações foram iniciadas em 30 de junho.
A primeira pretende averiguar se houve violação de “deveres fiduciários relacionados à reestruturação societária da companhia” quando celebrou contrato de fusão com a Portugal Telecom. A segunda pretende descobrir se houve irregularidades na oferta pública de ações feita pela Oi em fevereiro de 2014.
Entre outras coisas, a empresa teria avaliado de forma errada seus ativos. O aumento de capital serviu para financiar a fusão, que no mesmo ano seria revista pela concessionária devido à descoberta de investimentos não informados da Portugal Telecom em títulos de subsidiária do falido Grupo Espírito Santo.
Este não é o primeiro processo que investiga a atuação da Oi no mercado financeiro. A empresa já passava pela lupa da autarquia por conta da malfadada fusão com a PT. A revisão da fusão levou a CVM a abrir processo para descobrir se a Oi sabia dos investimentos da PT na Rio Forte, que terminaram em calote de € 897 milhões, e se a OPA tinha por objetivo beneficiar sócios da companhia.
Atualmente, a Oi passa por uma recuperação judicial para sanear o endividamento, que chega à monta de R$ 65,4 bilhões. Quase metade deste endividamento foi contraído a partir da fusão com a Portugal Telecom. A união das empresas é investigada também em Portugal, onde parlamentares analisam o papel de executivos da PT – como os ex-CEOs Zeinal Bava e Henrique Granadeiro – em negócios irregulares do Grupo Espírito Santo.