A complexa dívida da Oi pode incentivar disputa entre os credores
A complexidade da dívida da Oi é tamanha, alerta o analista Paolo Gorgo, da Nortia Research, que alguns credores já estariam se organizando à parte para tentar negociar de maneira distinta. No próximo dia 15 de abril a Oi terá reunião com os debenturistas das nonas e quintas emissões para discutir com os donos desses papeis o fato de não ter cumprido os compromissos assumidos, no que se refere à relação da dívida e Ebitda. Em 2015, a Oi já tinha comprado de volta R$215 milhões (US$ 61 milhões) da 1 e 2 série dessas emissões e em fevereiro deste ano resgatou mais R$ 21 milhões (US$ 6 milhões dessas duas debêntures). A estimativa de Gorgo é que com mais R$ 24 milhões (ou US$ 7 milhões) a Oi compra de volta essas debêntures que faltam, por que não teria conseguido renegociar novos termos com esses credores.
Mas no dia 18 de abril a Oi tem um compromisso ainda mais difícil. Há uma ação judicial no tribunal de Amsterdam do fundo Capital Capricornio. Este fundo, controlado por Aurelius Capital, quer impedir que a Holding Oi Brasil transfira fundos ou faça empréstimos entre companhias primas. O Capital Capricornio alega possuir mais de €100 milhões da dívida da Oi sob a forma de títulos da PTIF – Portugal Telecom Internacional Finance. Se a Oi não comparecer, poderá ser considerado um “default”, alerta o analista.
Em outra frente, informa a Nortia Research, os detentores de bonds da Oi estão contratando consultores de crédito e a empresa já teria sido até escolhida (Houlihan Lokey, Alvarez & Marsal and Moelis) para defender os seus interesses na reestruturação da dívida.
Assim, seriam quatro frentes de disputa: os debenturistas; os que têm títulos da Telemar; os com papeis da PTIF ; e aqueles que têm bonds da Oi. E os interesses podem se diferentes.