Com incorporações, Ligga cresce em receitas e diminui prejuízo no 2º trimestre

Operadora registrou prejuízo de R$ 9,1 milhões, menor do que no mesmo período do ano passado; receitas avançaram 13% após integração da Horizons e da Nova Fibra
Ligga reduz prejuízo e avança em receitas no 2º trimestre
Operadora elevou receitas e reduziu prejuízo após integrações de unidade B2B e ISP (crédito: Ligga/Divulgação)

A Ligga Telecom registrou prejuízo líquido de R$ 9,1 milhões no segundo trimestre deste ano, reduzindo as perdas em comparação ao mesmo período do ano passado, quando o prejuízo totalizou R$ 10,8 milhões, de acordo com balanço financeiro divulgado nesta semana.

Apesar do prejuízo, a operadora paranaense obteve avanços em outros indicadores financeiros no segundo trimestre. A receita operacional líquida chegou a R$ 143,1 milhões, alta de 13% na comparação anual. No primeiro semestre, a expansão foi de 12%, totalizando R$ 278,8 milhões em receitas.

Segundo Wendell Oliveira, diretor presidente da Ligga, o faturamento foi puxado pela conclusão dos processos de incorporação da Horizons, unidade de serviços B2B que já fazia parte do grupo, e do provedor Nova Fibra, o que gerou “mais eficiência e agilidade nas operações”.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) ajustado avançou 26% no segundo trimestre na comparação anual, alcançando R$ 65,4 milhões. A margem, por sua vez, ficou em 46%, superior à apurada no mesmo período do ano passado (41%).

“Dentre as várias iniciativas que fizemos ao longo do primeiro semestre de 2024, podemos citar a implementação do crivo de crédito, análise antifraude, redução de custos operacionais e renegociação de contratos com fornecedores. Todas essas iniciativas já refletiram uma queda substancial no churn da Companhia”, diz o CEO, em trecho do balanço financeiro.

Endividamento avança

A Ligga fechou o segundo trimestre com endividamento bruto de R$ 1,21 bilhão, alta anual de 14%. A dívida líquida avançou 13%, totalizando R$ 813,8 milhões. As despesas financeiras somaram R$ 61,4 milhões ao fim de junho, crescimento de 23% ante o mesmo mês do ano passado.

De acordo com a empresa, os indicadores de endividamento foram puxados pelas compras e incorporações da Horizons e da Nova Fibra, além de captações de novos empréstimos. Já as despesas financeiras cresceram como consequência da quinta emissão de debêntures da empresa.

No segundo trimestre, a empresa investiu R$ 88,6 milhões. Os desembolsos foram direcionados à manutenção da rede e ativação de novos clientes.

Operacional

De acordo com o informe financeiro, a Ligga encerrou o segundo trimestre com 273 mil acessos de banda larga, baixa de 2% em relação ao mesmo período de 2023. Vale lembrar que a operadora é, até o momento, a principal interessada na base de clientes da Oi Fibra.

Os acessos totais (incluindo outros serviços) tiveram queda de 1%, somando 314,7 milhões. As casas passadas – isto é, residências que podem contratar o serviço de banda larga de fibra óptica – chegaram a 2,08 milhões, alta anual de 2%.

No balanço, a empresa indica que tem “altíssimo potencial de crescimento” para ampliação orgânica da sua base, tendo em vista o nível de penetração na rede (take-up rate) de 13,1%.

Em breve comentário sobre as licenças de 5G, o CEO reafirma que a empresa segue em busca da celebração de parcerias. “Estamos estudando a melhor maneira de maximizar o retorno aos acionistas, buscando parceiros robustos, provedores de infraestrutura para compor e gerar valor em nossos projetos”, ressalta Oliveira.

Recentemente, a empresa obteve autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para usar a frequência de 700 MHz em caráter secundário.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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