Com foco no B2B, Swap multiplica por 25 vezes o faturamento
A fintech Swap se especializou em soluções de banking as a service (BaaS), só que em vez de ofertar os serviços de forma generalista para todos os setores, focou no segmento B2B. Seu portfólio de clientes inclui, principalmente, grandes empresas dos setores de benefícios, gestão de despesas e viagens corporativas. O crescente interesse do mundo corporativo por soluções de embedded finance é um dos fatores por trás dos resultados alcançados pela fintech, fundada em 2018. Entre 2021 e 2024, a Swap multiplicou seu faturamento em 25 vezes e, só neste ano, dobrou o número de clientes.
“Focamos em alguns casos de uso e conseguimos desenvolver um nível alto de especialização. Por exemplo, no setor de gestão de despesas corporativas, atendemos desde startups, criando um produto embrionário para o serviço delas, até plataformas já consolidadas no mercado, como Sankhya e VR”, explica Doug Storf, cofundador e chief executive officer (CEO) da Swap.
“A estratégia da Swap é diferente do mercado de BaaS. Não há nada de errado em ser genérico, mas optamos por nos especializar em alguns segmentos e deu muito certo. Além disso, há outras explicações por trás dos resultados alcançados. Um deles é que temos um time com um nível alto de execução. É um serviço complexo, que precisa ser feito com bastante velocidade. Isso faz diferença no mercado”, complementa Marcelo Schucman, cofundador e chief product officer (CPO) da fintech.
Pioneira na criação de cartões bandeirados para empresas que distribuem benefícios flexíveis como vale alimentação e refeição, a fintech foi, ao longo do tempo, ampliando as soluções de embedded finance. Hoje oferece emissão e processamento de cartões, contas digitais, infraestrutura para Pix, transferências bancárias, boletos e sistemas antifraude. As soluções são personalizáveis para cada tipo de mercado e disponíveis no modelo white label.
“No começo da empresa, vimos que havia um mercado nascendo com dores muito específicas. Então, começamos com benefícios e construímos aplicações voltadas para esse mercado. Depois, foi uma evolução natural o desenvolvimento de soluções para despesas e viagens corporativas, gestão de frotas, sempre no universo B2B”, lembra Schucman.
De acordo com o executivo, esses segmentos, apesar de terem semelhanças, tinham necessidades próprias. A estratégia da Swap para atender as diferenças foi criar módulos gerais, como o de infraestrutura de cartões ou o de risco. Por cima desses módulos, a fintech desenvolveu aplicações específicas para cada caso de uso. “Conseguimos gerar uma economia de escala”, afirma Schucman.
Para Storf, a estratégia de focar no B2B trouxe ainda outra vantagem para a empresa: seu efeito exponencial. “Quando trazemos novos clientes, por serem do B2B, eles agregam novos clientes corporativos à nossa base”, diz.
Quanto ao futuro, a expectativa dos executivos do Swap é positiva. Eles acreditam que, depois da evolução dos serviços financeiros e de pagamentos voltados para o B2C, o ciclo será de crescimento do B2B. “Nos próximos 10 anos, a evolução desses serviços terá como foco será nesse segmento. Não é uma estratégia só nossa, o próprio Banco Central tem agido no sentido de fazer o serviço de pagamentos e serviços financeiros evoluir no B2B”, diz Schucman.