Com Credz, DM vira gigante no mercado de “cartão de loja”

Fitch avalia que negócio não afeta ratings da DM Instituição de Pagamento, instituição irmã da DM Financeira, responsável pelo negócio. Ambas são controladas pela holding DMCARD Participações, mas só a primeira tem avaliação da agência de risco

DM está mais forte no mercado de cartões private label com compra da Credz

Nesta semana, a compra da Credz pela DM Financeira foi finalmente concluída. O negócio entre as duas empresas de cartões private label (os chamados cartões de loja) vinha sendo costurado pelo menos desde setembro do ano passado. Em janeiro, a aquisição foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas ainda faltavam alguns detalhes e avais, como o do Banco Central (BC).

Com essa aquisição, a DM Financeira passa de 2,3 milhões de cartões para 3,5 milhões, fortalecendo-se como administradora independente. A carteira da Credz abre as portas para a DM no mercado de lojas de diversos segmentos, como roupas, materiais de construção e clínicas, portanto, ampliando o portfólio que já incluía redes de supermercados e farmácias.

Negociação não afeta ratings de braço avaliado do grupo

A DM Financeira, parte da holding DMCard Participações S.A., tem uma instituição irmã, que é a DM Instituição de Pagamento. Esta última tem avaliação da Fitch, que acredita que o negócio não deve afetar rating da avaliada. “ O acordo não terá impacto significativo na DM IP, única instituição publicamente avaliada pela agência, já que não são esperadas mudanças em termos de modelo de negócios e/ou perfil financeiro devido à transferência das operações da Credz pela DM Financeira”, afirma a agência de avaliação de risco.

No entanto, a Fitch aponta que pode haver potenciais riscos relacionados à integração e imagem ligados à transação. “Além disso, mudanças relevantes na política de distribuição de resultados que impactem os índices de alavancagem e/ou a capacidade de crescimento da companhia poderão afetar negativamente o seu perfil financeiro, e em último caso, seus ratings, complementa.

Credz envididada

A venda foi a solução encontrada pela Credz diante da dívida de R$ 3,5 bilhões. De acordo com analistas, a empresa, especializada principalmente em crédito para pessoas de baixa renda, sofreu impacto da alta da Selic, que só entre início de 2021 e meados de 2022 subiu mais de dez pontos percentuais.

O acordo de aquisição entre DM Financeira e Credz prevê uma injeção de capital por parte dos sócios, mas o valor ainda não foi divulgado. A partir do negócio, a compradora assume não somente as operações de cartões de crédito, como também os direitos e obrigações da Credz, incluindo a dívida. A Fitch observa que haverá um perdão de dívida pelos credores bancários da Credz. Em contrapartida, estes obterão um mútuo referente ao recebimento de uma fração dos resultados consolidados do grupo DM.

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Da Redação

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