Claro vai em busca da liderança no celular e derruba o conceito clube no pós-pago

A estreia de Paulo César Teixeira como presidente da Claro (depois de liderar o grupo Telefônica por uma década) não podia deixar de ser ambiciosa. E ele, em sua primeira entrevista à imprensa, disse a que veio: "Nós queremos a liderança no segmento móvel. Estamos a cinco pontos percentuais do líder. Sabemos que é uma maratona, mas vamos evoluir o portfólio e a comunicação com proposta de valor e chegar lá".
 Paulo César Teixeira- CEO Unidade de Mercado Pessoal Claro - abril/17
Paulo César Teixeira- CEO Unidade de Mercado Pessoal Claro – abril/17

A Claro anunciou hoje, 25, sua estratégia para crescer no mercado de telefonia móvel. Como duas primeiras iniciativas, a operadora acabou com a tarifa de longa distância nacional e com a cobrança por minutos de voz, promoção que começou no final de semana em todos os planos pós-pagos. A oferta permite que o cliente fale com quem quiser, independentemente da cidade e da operadora de destino, seja para um telefone fixo, seja para um móvel, desde que ele use sempre o DDD 21. “O clube exclusivo acabou”, decretou Paulo César Teixeira, presidente da Claro.

Segundo ele, a empresa  está adotando a estratégia da tarifa flat, a exemplo do que já é praticado por diferentes empresas em outros países, porque agora as tarifas de interconexão (VU-M) no Brasil estão em patamares bem menores, o que permite a implementação de estratégias como essas. “Vamos ter perdas de receitas controladas, mas a ideia é recuperar receitas com mais vendas”, afirmou.

Conforme Márcio Carvalho (que agora assume o marketing também das operações móveis), os atuais clientes da operadora terão que solicitar a migração para esse novo plano, que não tem qualquer regra de fidelização, a não ser aquela vinculada ao aparelho, se ele for subsidiado pela operadora.

Mais velocidade de Internet
Além da adoção da tarifa flat no pós-pago e simplificação dos planos no pré-pago (a empresa aumentou a franquia mínima da banda larga para 2GB, com preço mensal de R$ 39,90) a operadora,  anunciou também como segunda iniciativa de sua estratégia em busca da liderança, o ingresso na tecnologia 4,5G ou o LTE-Advanced Pro em Brasília, após a liberação da faixa de 700 MHz pelas emissoras de TV abertas.

Segundo Carvalho, para que a 4,5G ocorra, é preciso de três condições: agregação de três faixas de frequências (no caso da Claro, ela está usando as frequências de 1,8 GHz, de 700 MHz e de 2,6 GHz); a adoção da tecnologia Mimo 4×4 (múltiplas entradas e saídas na rede) e modulação avançada 256QAM. Com essas três características, assinala o executivo, a banda larga já consegue atingir velocidades dez vezes maiores do que a 4G, chegando a 200 Mbps, com picos de 400 Mbps.

Ele assinalou que ainda não há no mercado aparelhos celulares compatíveis com esses três requisitos técnicos da tecnologia, que só chegarão no  mercado no segundo semestre do ano, mas observou que os atuais aparelhos top de linha, como o Samsung Galaxy 8 ou o iPhone 7 conseguem já se apropriar das agregação das três portadoras, o que já amplia muito a velocidade da internet. “Mesmo que o cliente tenha o celular que só fique na faixa de 2,6 GHz, ele terá mais velocidade, pois terá muito mais banda disponível”, explicou.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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