Claro não quer perder faixa de 450 MHZ

Para a operadora, é preciso preservar a segurança jurídica dos contratos e o vínculo ao edital de licitação.
Claro quer manter faixa de 450 MHz. Crédito: Freepick
A operadora comprou o espectro no leilão de 2012. Credito: Freepick

Sob o argumento da preservação da segurança jurídica e vínculo ao edital de licitação, a Claro se manifestou contrária às alterações propostas pela Anatel em sua consulta pública n. 52, no que se refere à faixa de 450 MHz. Para a operadora, que comprou essa frequência no leilão de 2012, a proposta da agência, que quer limitar a ocupação desse espectro ao prazo remanescente da primeira outorga e, mesmo assim, em caráter secundário, pode representar uma “expropriação”, o que demandará a “consequente indenização”.

A operadora alega que as alterações realizadas na lei de 2019 (a lei das teles) assegurou às detentoras de licenças  o direito de renovações sucessivas e automáticas, e esse direito estaria sendo desrespeitado pela proposta de “refarming” desta faixa.

” A alteração proposta nesta Consulta Pública não pode implicar em redução do tempo de gozo do direito de uso de radiofrequência adquirido pela prestadora por meio de licitação pública e nem alterar a sua utilização em caráter primário para caráter secundário”, afirma a operadora, em sua contribuição à consulta pública.

Para a empresa, se a agência mantiver a proposta de retomar essa banda após o término do prazo remanescente da outorga, será devida “indenização dos valores pagos a título de preço público, licenciamento, dos investimentos realizados e não amortizados, dos lucros cessantes e outros valores porventura apurados. A indenização também será devida no caso de alteração das condições de uso da faixa, provocada pelos danos causados em razão da impossibilidade de usufrui-la no nível de qualidade para o qual os investimentos foram feitos”.

Faixas de 850 MHz e de 1,8  GHz

Para a operadora, no caso da proposta do refarming da frequência de 850 MHz e de 1,8 GHz, o mais prudente seria “propiciar as atuais detentoras do espectro a realocação da faixa de frequência, em posições as quais estejam em conformidade com o arranjo proposto”.

Faixas de 1,9/2,1, GHz

A Claro entende que não seria necessário o refarming nessas frequências, tendo em vista que já foram outorgados blocos maiores em licitações passadas ( de 10 MHz ou 15 MHz), que permitem o emprego de tecnologias mais avançadas.

Faixa de 26 GHz

A empresa sugere que a Anatel espere mais um tempo antes de destinar esse espectro para o outros serviços que não o celular, como prevê a consulta pública. Afirma:“a convivência entre sistemas que compartilham a mesma faixa espectral, como o proposto para o sistema HAPS, afetará indiretamente a qualidade do serviço móvel e seus respectivos usuários. Outro sim, o HAPS ainda carece de estudos que possam viabilizar a sua coexistência com outros serviços, visto que ainda não se tem operações robustas pelo mundo, para certificar a possibilidade de convivência entre os sistemas”.

A operadora não se manifestou sobre a polêmica gerada com a proposta do refarming da faixa de 700 MHz, e, para a faixa de 900 MHz, a operadora elogia a iniciativa, mas pondera que a agência deveria avaliar com cautela os serviços de radiação restrita, para que não haja prejuízo para quaisquer serviços autorizados que já usem essa frequência.

Avatar photo

Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
[email protected]

Artigos: 2294