China lança moeda digital nas Olimpíadas de 2022
A China lança o Yuan Digital, moeda digital, durante as Olimpíadas de inverno de 2022, que terá início no dia 4 de fevereiro. Após vários testes no país, nova moeda digital deverá ser um dos poucos meios de pagamento oficial dos jogos. A iniciativa despertou discussões em diversos países sobre a segurança de dados.
Durante o evento, só serão aceitos como pagamento o Yuan Digital, dinheiro e cartões Visa, que é um dos patrocinadores dos jogos.
De acordo com a diretora de Tecnologia e Operações da Tecnobank, Adriana Saluceste, a novidade pode, na verdade, ser uma boa notícia para o futuro das transações financeiras.
“O Yuan Digital vem se popularizando na China como um meio alternativo de pagamento às carteiras digitais já existentes. Nos últimos dois anos, a China colocou a moeda em fase de testes e viu nas Olimpíadas de Inverno um apelo para uma prova-real da moeda virtual também entre os estrangeiros”, afirma.
A especialista lembra que adotar moedas digitais agiliza o processo das transações feitas e/ou recebidas no exterior. Pequenos depósitos podem ser realizados de forma anônima e, por se tratar de uma moeda com lastro, o que a diferencia das criptomoedas, é mais difícil usá-la para fins ilícitos.
“Resta-nos esperar esse grande teste e saber se o Yuan Digital terá uma melhoria na experiência de usuário para competir com os aplicativos de pagamentos já existentes”, destaca.
Tendência
Não é de hoje que o uso de moedas digitais vem se popularizando em todo o mundo. Mas a experiência chinesa ao longo dos jogos de inverno pode ser determinante para que essa se torne uma tendência definitiva. Em um futuro próximo, esse tipo de meio de pagamento pode, por exemplo, facilitar o cotidiano de quem deseja trocar de carro ou de casa. A iniciativa amplia o acesso a transações financeiras mais ágeis e de menor custo. As pessoas poderão escolher lidar com seu dinheiro de forma convencional ou digital.
O tratamento de dados é, hoje, uma das grandes preocupações em todo o mundo. Os Estados Unidos, inclusive, pediram que seus atletas não utilizem o Yuan Digital por medo de vazamentos e de uso indevidos dos dados.
De acordo com a especialista, atualmente a segurança da moeda digital é a mesma do dinheiro em papel, mas o governo pode acompanhar de forma mais fácil a oferta de dinheiro. “O que pode ser feito é um uso das mesmas tecnologias das criptomoedas blockchain, sistema que permite rastrear o envio e recebimento de informação pela internet, além de ter um protocolo que dita a produção de novos ativos”, conclui.
(Com assessoria)