Censo Escolar 2023 mostra abismo de conectividade entre Norte e restante do país
Os dados do Censo Escolar 2023, divulgados nesta quinta-feira, 22, mostram que as escolas públicas da região Norte do Brasil seguem em desigualdade na proporção de acesso à internet em comparação ao restante do país. Apesar disso, houve avanço da conectividade ao longo dos últimos anos.
De acordo com o levantamento, 88,5% das escolas públicas tinham acesso à internet em 2023, uma alta de quase 10 pontos percentuais em comparação a 2021, quando essa proporção era de 78,3%. Enquanto isso, na rede privada, o número esteve na casa dos 98% em todo esse período.
Regionalmente, a região Norte avançou de 45,4% escolas conectadas em 2021 para 63,4% em 2023. No entanto, o cenário está longe dos entes do Centro-Oeste, que juntos têm 98,7% das instituições públicas com internet. Distante até mesmo da penúltima região no ranking, que é o Nordeste, com 88,9%. Veja abaixo:
Internet para o ensino
O número de escolas com internet no Censo Escolar 2023 ainda não reflete quantas delas usam a rede para a aprendizagem. Em 2023, o percentual de escolas com acesso para atividades pedagógicas foi de 79,8% no ensino médio e 60,6% no ensino fundamental. Enquanto que na rede particular essa proporção é de 86,4% e 73,3%, respectivamente.
A disponibilidade de computador também cresceu nas escolas nos últimos anos, mas ainda não chega a metade do total no ensino fundamental público, onde 47,9% têm PC de mesa e 40,7% computador portátil – no ensino médio, a situação é melhor, com percentuais de 82,9% e 62,7%, respectivamente.
É importante destacar que os dados de conectividade são piores nas escolas municipais, e elas representam a maioria das instituições da rede pública (59,8%). Veja a diferença abaixo:
Com a promessa de levar conectividade significativa, para fins pedagógicos, a todas as escolas públicas do Brasil, o governo lançou no ano passado a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec). No entanto, enfrentou dificuldades em chegar na totalidade delas para gerenciar as ações. Isto porque a adesão ficou em 92,1% dos municípios, o que significa que mais de 400 deles ficaram de fora.
Especificamente na região Norte, o avanço da conectividade depende principalmente da construção de infovias subfluviais e de soluções para internet via satélite.