Celular alcança 95% da população mundial, mas internet é acessada apenas por 47%
A União Internacional de Telecomunicações (UIT), braço da ONU para políticas ligadas ao setor, lançou nesta sexta-feira, 22, um balanço mundial sobre a conectividade. O estudo estima que 95% da população mundial, de 7 bilhões de pessoas, vive em áreas com alguma cobertura de rede móvel. Já a banda larga móvel – 3G ou 4G – alcança 84% da população, e 67% do contingente que vive no campo. O LTE já cobre 54% dos habitantes, ou 4 bilhões de pessoas.
O número usuários de banda larga móvel deve manter o crescimento de dois dígitos neste ano. A expectativa da UIT é 2016 termine com 3,6 bilhões de assinantes móveis, ante 3,2 bilhões em 2015. Significa um avanço de 12,5%.
O estudo mostra que há 3,9 bilhões de habitantes (53% da população mundial) que não se conectam à internet de nenhuma maneira. Dos que se conectam, 2,5 bilhões vivem nos países em desenvolvimento, 1 bilhão nos desenvolvidos.
Os países emergentes estão progredindo quanto ao acesso, mas ainda estão muito distantes da penetração vista nos ricos. Em média, nos países desenvolvidos, 81% da população acessa a web. Nos subdesenvolvidos, a taxa cai para 40%, e nos muito pobres, para 15%.
Essa discrepância levou o secretário-geral da UIT, Houlin Zhao, a cobrar celeridade na adoção de políticas para conexão de populações de baixa renda. “Mais precisa ser feito para acabar com a divisão e conectarmos mais da metade da população mundial que hoje está fora da internet à economia digital”, diz. Em termos mais práticos, os países desenvolvidos consomem 93 Kbps por habitante, o países em desenvolvimento, 13 Kbps, e os menos desenvolvidos, 1 Kbps.
A divisão acontece entre o rico e o pobre, e também entre os sexos. O estudo indica que no mundo, entre as pessoas conectadas, 44,9% são mulheres e 51,1% são homens. Nos países em desenvolvimento, as cifras mudam para 37,4% e 4%, respectivamente. Nos países desenvolvidos, elas também são minoria 80% se conecta, enquanto 82,3% dos homens têm acesso à rede. Em nenhuma região do mundo as mulheres predominam. E, desde 2013, essa diferença só aumentou, conforme a UIT.
O relatório da UIT indica, ainda, que houve queda nos preços dos serviços de acesso à internet em todo o mundo. Especialmente nos países mais pobres, houve redução de quase 50% do custo em relação à renda média do grupo. Nos países em desenvolvimento e nos desenvolvidos também foi registrada queda similar.
Na banda larga fixa, o estudo mostra que a velocidade média é muito mais nos países ricos que nos demais. Ali, quase 70% das conexões são de pelo menos 10 Mbps. Nos países em desenvolvido, metade das conexões são nesta categoria, enquanto nos pouco desenvolvidos o número é de 7%.