Capacitação de líderes é arma contra fraudes no mercado financeiro
R$ 5,8 bilhões em tentativas de fraudes apenas em 2021. Este dado representa um aumento de 58% em relação ao ano anterior. Somadas, as tentativas de golpes em processos como abertura de contas, emissão de cartões, Pix, empréstimo pessoal e CDC por meios digitais, equivalem a 3,30% de todas as transações nesse setor, como foi divulgado no Mapa da Fraude, levantamento feito pela ClearSale.
Os números mostram a necessidade de preparar líderes em gerenciamento de risco de fraudes, missão que a Risk Leadership Academy assumiu com a criação da primeira formação brasileira exclusiva para compartilhar com gestores e executivos práticas eficientes de gestão de fraudes para identificar e lidar com todos os tipos de crimes.
É o que explica um dos idealizadores do projeto, Filippe Mariotto. “O Fraud Bootcamp, nossa primeira formação, é uma jornada de preparação de líderes em gerenciamento de risco de fraudes, cujo objetivo é assegurar que todas as instituições do Brasil tenham profissionais de alto nível, capazes de protegerem seus clientes, se antecipando aos fraudadores e diminuindo os crimes financeiros em nosso país.”, diz.
Fraudes nas fintechs
Segundo Mariotto, um dos idealizadores do Fraud Bootcamp, vivemos um cenário no Brasil fértil para crimes, com grandes e renomados bancos e um mercado extremamente aquecido para as fintechs, o que acabou aumentando as opções de ataque para fraudadores nos últimos anos. “Infelizmente, o número de profissionais preparados para lidar com fraudes não cresceu na mesma proporção”, revela.
Sobre esse aumento das fintechs, vale dizer que esse mercado aquecido também é um aliado ao crescimento nas tentativas de golpes financeiros. Para termos uma ideia, o Distrito Dataminer localizou e registrou 424 novas startups de finanças em operação no país nos últimos 12 meses. “Se somarmos toda base de dados da consultoria são 1264 fintechs ativas no Brasil, sendo 19 candidatas à Unicórnio”, conta.
A categoria de meios de pagamento é a mais representativa do ecossistema nacional de fintechs e um campo aberto para atuação dos criminosos. Para entender a potência do setor, é preciso olhar para o seu volume de investimento, pois foi o que recebeu o maior aporte de capital de risco no Brasil em 2021. US$ 3,7 bilhões foram investidos em startups que fornecem serviços financeiros de janeiro a dezembro, o dobro do investido em 2020. Nubank, Ebanx, Mercado Bitcoin e Cloudwalk foram responsáveis pelos maiores aportes do ano.
Prejuízos
Sobre os prejuízos, Mariotto alerta que podem ser irreversíveis para empresas que não possuem especialistas no assunto. “Temos os fraudadores mais criativos do mundo e para termos uma ideia, os golpes mais sofisticados são criados no Brasil, e isso não pode ser motivo de orgulho. Precisamos garantir aos brasileiros a segurança em todo tipo de produto e serviço que consomem”, conta.
Recentemente, uma pesquisa global divulgada pela Kaspersky, reuniu 5,2 mil profissionais de tecnologia da informação e cibersegurança, mais de 300 na América Latina, mostrou que os prejuízos com um ciberataque para uma pequena ou média empresa podem ficar entre US$ 93 mil e US$163 mil.
(com assessoria)