Brisanet defende que o agronegócio brigue pela frequência de 600 MHz
O CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira, defendeu hoje, 16, em live no Agrotic 2020, que os white spaces na faixa de 600 MHz sejam destinado ao agronegócio, em dois blocos, para permitir o uso da tecnologia LTE e futuramente o 5G.
“O mundo rural tem que brigar pela frequência de 600 megahertz, porque ela não é para ser leiloada, é para deixar na prateleira, e o primeiro empreendedor corajoso que chegar na zona rural e quiser levantar uma torre, acima dos 600 MHZ, ou um LTE ou um 5G, que está sendo oferecida daqui uns seis anos, sta sendo oferecida daqui uns seis anos, ele pode operar já com o LTE”, afirmou.
Ele disse entender que na zona rural não precisa ter mais de dois competidores, deixando a faixa de 470 a 600 MHz para outras tecnologias.
Em contrapartida, na mesma live, o conselheiro Moisés Moreira, da Anatel, defendeu que essa opção não é viável em razão de já estar comprometida com a radiodifusão. “Quero salientar a importância da TV aberta no país, em virtude do amplo uso no território nacional. Liberar os 600 é inviável, só quero deixar bem claro que existe uma grande dificuldade. Em regiões remotas onde o espectro não é tão utilizado, nós podemos sim fazer uso, em caráter secundário”, lembrou.
Os white spaces está destinado ao uso secundário. O uso primário deste canal, na faixa de 600 MHz, é destinado às TVs e não existe previsão de refarming – a redestinação das frequências para outros serviços.
Nogueira concordou que a radiodifusão é detém a frequência de 600 MHz em caráter primário. “Quem vai ativar qualquer equipamento nessa faixa sabe que precisa estar sincronizado em um banco de dados e no momento que alguém acionar o disjuntor de uma torre de transmissão de rádio e TV digital, tem que liberar o bloco de frequência, isso está de acordo”, pontuou.
Mesmo assim, projetou que, em dois ou três anos, os celulares vão passar a usar a frequência 600 MHz em razão de que haverá escala para ser facilmente difundida. Daí o CEO da Brisanet acrescentou acreditar que essa é a única forma de levar internet com alta capacidade a 35 milhões de pessoas que hoje estão desconectadas. “Não adianta nada atender o agronegócio e não atender os funcionários, o filho do trabalhador, o estudante e a pequena agricultura que é de grande relevância no Brasil”, ressaltou.
De acordo com o empresário, os cerca de 10 mil PPPs (provedores de pequeno porte) podem construir a tecnologia necessária e conectar essa população em cerca de quatro anos, com ajuda financeira do poder público.
“Se o governo hoje pegar o dinheiro do Fust ou de qualquer outro fundo e emprestar, a 3% ao ano, e dez anos para pagar, a gente constrói em quatro anos e faz conexão com cada um destes 35 milhões de habitantes. A zona rural está atendida por uma tecnologia inferior e precisa de algo melhor, como o LTE. O 600 MHz seria destinado a atender as três áreas: grande, pequeno e população”, ressaltou.