Brasileiros investem R$ 4,6 trilhões no primeiro semestre

Acompanhando a taxa de juros, que passou de 9,25% em dezembro para 13,25% em junho, investidores brasileiros fizeram opção pela renda fixa.
Brasileiros investem R$ 4,6 trilhões no primeiro semestre - Crédito: Freepik
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Os investimentos dos brasileiros cresceram 2,8% no primeiro semestre deste ano, chegando aos R$ 4,6 trilhões, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O avanço foi puxado pelos clientes do segmento de varejo e representa o total alocado por 140 milhões de contas de investidores. O montante não corresponde ao total de CPFs, já que cada pessoa pode ter mais de uma conta.

O segmento de varejo tradicional foi o que teve a maior evolução no período, com uma variação positiva de 5,9%, alcançando R$ 1,6 trilhão. Na sequência o varejo alta renda avançou de 5,4%, chegando a R$ 1,3 trilhão. Os investidores do private, aqueles que, em geral, têm pelo menos R$ 3 milhões em aplicações financeiras, tiveram uma redução de 1,7% no patrimônio líquido, caindo de R$ 1,8 trilhão em dezembro de 2021 para R$ 1,7 trilhão em junho deste ano.

“Os clientes do varejo têm a maior parte dos investimentos alocada em produtos de renda fixa, que se beneficiaram pelas elevações da taxa Selic. Já os investidores do private têm carteiras pulverizadas e com produtos expostos a mais volatilidade, o que explica a variação negativa do segmento no período”, comenta Ademir Correa, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.

Acompanhando a alta da taxa de juros, que passou de 9,25% em dezembro para 13,25% em junho, a parcela de investimentos de renda fixa cresceu. Essa classe de ativos representava 57,5% da carteira dos brasileiros no final do ano passado e chegou a 61,3% no primeiro semestre deste ano. Enquanto isso, a renda variável perdeu espaço, de 19,5% para 16,7%, na mesma base de comparação. “Os clientes fazem esse movimento em direção à renda fixa procurando um porto mais seguro diante de momentos de turbulência no mercado, como o atual cenário macroeconômico de pós-pandemia, queda das bolsas e guerra da Ucrânia”, explica Ademir.

Produtos financeiros

Entre os produtos, o volume aplicado em CDBs (Certificados de Depósito Bancário) ultrapassou o total alocado em ações. Os certificados avançaram 13,6% no primeiro semestre, alcançando os R$ 647,7 bilhões, enquanto as ações caíram 10,7%, somando R$ 576,9 bilhões.

O destaque do período entre os investidores brasileiros ficou com as LCAs e LCIs (Letras de Crédito do Agronegócio e Imobiliárias, respectivamente): elas cresceram mais na primeira metade de 2022 do que em todo o ano de 2021. As LCAs bateram os R$ 249,6 bilhões em junho, uma variação de 38,5%, ou R$ 69,4 bilhões, enquanto as LCIs somam patrimônio líquido de R$ 162,4 bilhões, uma evolução de 25,4%, ou R$ 32,9 bilhões. Em 2021, esses produtos subiram 24,2% e 12,3%, respectivamente.

Entre os fundos de investimento, os de renda fixa e imobiliários avançaram 4,5% e 5,3%, chegando aos R$ 473,8 bilhões e R$ 85,1 bilhões, respectivamente. Em contrapartida, os fundos multimercados e de ações sofreram quedas de -5,1% e -18%, fechando o semestre com patrimônios líquidos de R$ 649,7 bilhões e R$ 176 bilhões, nessa ordem.

(com assessoria)

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Redação DMI

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