Brasileira Renata Brazil-David é eleita diretora-geral da ITSO
Renata Brazil-David foi eleita diretora-geral da Organização Internacional de Satélites de Telecomunicações (ITSO, na sigla em inglês). A brasileira disputava com Xiaoyang Gao, da China, e teve 80 votos contra 10 na eleição que aconteceu na quarta-feira, 9, durante a Assembleia de Partes da ITSO, em Washington, nos Estados Unidos.
A ITSO é uma organização intergovernamental com 149 estados-membros, com sede em Washington, e tem por missão a prestação de serviços públicos e a difusão do acesso à conectividade com o uso da tecnologia satelital.
As atribuições da organização incorporam o princípio estabelecido na Resolução 1721 (XVI) da Assembleia Geral das Nações Unidas (UNGA, na sigla em inglês), que define que “todas as nações devem ter acesso a comunicações por satélite”.
Brazil-David graduou-se bacharel em direito e negócios pela Universidade Politécnica de Anglia, em Cambridge, na Inglaterra. Ela também é mestre em direito internacional pela Universidade de Essex, em Colchester, também na Inglaterra, e doutora em direito pela Faculdade de Direito de Washington, instituição vinculada à Universidade Americana, nos Estados Unidos.
Desde novembro do ano passado, ela ocupava o cargo de diretora de Assuntos Internacionais e Regulatórios da ITSO. Antes disso, já havia atuado na organização. Entre 2011 e 2020, a brasileira foi diretora de Assuntos Jurídicos e também diretora-geral adjunta da ITSO. No intervalo entre a saída e o retorno à instituição, trabalhou como diretora de Política Regulatória da Inmasart, empresa inglesa de telecomunicações via satélite, entre março de 2021 e novembro de 2023.
Carlos Baigorri, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), destacou a importância histórica da eleição, observando que esta é a primeira vez que uma mulher assume o posto máximo da entidade.
Em sua campanha para a direção-geral da ITSO, Brazil-David contou com o apoio da Anatel e do Ministério das Relações Exteriores. Em nota, a Anatel observou que “o resultado bem-sucedido representa mais um espaço ocupado pelo Brasil em posições de relevo em organismos internacionais”.