Brasil precisa chegar ao preço de US$ 150 por smartphone 5G, diz Huawei

Marcelo Motta, Head de Soluções e Cibersegurança da empresa na América Latina, disse que essa seria uma maneira de popularizar o 5G, durante sua participação nesta quarta, 23, na CEO Conference
Debate "A Ascensão do 5G", realizado nesta quarta, 23, na CEO Conference - foto: reprodução
Debate “A Ascensão do 5G”, realizado nesta quarta, 23, na CEO Conference – foto: reprodução

Uma medida que permita ao consumidor brasileiro ter dispositivos móveis – especialmente smartphones – por preço em torno de US$ 150 é a principal solução para popularizar o 5G no Brasil, segundo a Huawei. Foi o que disse Marcelo Motta, Head de Soluções e Cibersegurança da Huawei América Latina, durante sua participação nesta quarta, 23, na CEO Conference.

Também estavam presentes o ministro das Comunicações, Fábio Faria; Ailton Santos, CEO da Nokia Brasil; e Alberto Griselli, CEO da TIM Brasil.

“O consumidor que primeiro vai para o 5G é o de alta renda. À medida que você tem 40%, ou até 70% de cobertura, mais pessoas começam a migrar. A rede vai começar a consumir um número maior de dados, então as operadoras vão trazer mais serviços para monetizar o investimento que foi feito. Assim aconteceu na China e na Coreia, acelerando a migração do 4G para o 5G”.

Motta apresentou proposta para a popularização do 5G. “Isso tudo pode ser intensificado à medida que a gente tenha smartphones mais baratos no Brasil. Algo em torno de US$ 150 ou até menos. Mas US$ 150 lá fora é, no mínimo US$ 300 aqui. Então seria bom um programa para se reduzir esse valor”, sugeriu.

Liderança

A China é o país com o maior número de conexões móveis no mundo. O total de conexões móveis atingiu 1,7 bilhão, no final de janeiro, o que significa que os contratos 5G representaram 45,6%.

Mas Ailton Santos, da Nokia, diz que “acrescentaria Japão e EUA também, que já adotaram o 5G há algum tempo”, para não ficar só em China e Coreia do Sul.

Santos não comentou a questão do preço, mas pontuou o potencial empresarial da nova tecnologia.

“A maneira correta de enxergar o 5G é como uma plataforma de negócios. Hoje, somente 30% da economia mundial está digitalizada”, falou.

Deu exemplos do potencial a partir de experiências da empresa em que trabalha. “Temos hoje uma conexão de fazendas que soma 6 milhões de hectares. Isso equivale a uma Califórnia conectada. E com isso, você usa menos combatente agrícola. Então o usuário vai ter um alimento menos contaminado, com mais qualidade e menor preço.”

Demanda

Além de falar do preço de smartphones, o representante da Huawei comentou a falta de chips no mercado mundial. Ele disse que a fabricante não vai sofrer com a escassez e tem como atender todo mundo com seus produtos.

“Em 2019, Ásia, Europa e Oriente Médio já previam isso e se prepararam para atender a grande demanda. Hoje não temos problema com cadeia de suprimentos. Dá para atender o Brasil e o resto do mundo”.

Se vários países já pensavam no problema e soluções, a Huawei faz isso hoje para prever o que vem por aí.

“Já começamos a falar em 6G. Temos mais de 100 mil funcionários trabalhando em pesquisas de desenvolvimento”, contou.

“Mas o 5G ainda tem muito espaço para se transformar”, concluiu.

 

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José Norberto Flesch

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