Brasil investe em IA, mas sente a falta de talentos especializados

Pesquisa da consultoria IDC aponta que 95% dos líderes de TI no Brasil investem ou vão investir em breve em inteligência artificial
Brasil investe em IA, mas sente a falta de talentos especializados
Luciano Ramos, do IDC: “o principal desafio é encontrar talentos que possam ajudar a desenvolver as soluções de IA e a conectar isso com as áreas de negócio”

Os investimentos em infraestrutura de inteligência artificial (IA) já fazem parte dos planos de quase todos os líderes de tecnologia da informação (TI) no Brasil, de acordo com pesquisa realizada pela consultoria IDC. Os dados apurados mostram que 46% das lideranças brasileiras de TI ouvidas pela pesquisa já investem para impulsionar soluções de IA em suas empresas, enquanto 49% afirmam que esses investimentos começarão em breve, grupo que somado chega a 95%. Somente 4% dos entrevistados disseram não ter planos nesse sentido.

“A IA não é um tema novo, mas agora se começa a pensar como ela pode ser utilizada para entregar valor para as empresas, ou seja, como os dados podem ajudar a gerar insights para os negócios”, destacou Luciano Ramos, country manager do IDC Brasil, durante apresentação do Guia Estratégico do CIO 2024, levantamento encomendado pela Lenovo, nesta quarta-feira, 15, em São Paulo.

Mais da metade dos executivos à frente dos setores de TI no país (57%) veem a adoção da IA pelas organizações como um divisor de águas, que vai transformar a maneira como se faz negócios. Outros 35% acreditam que a tecnologia deve ser adotada muito mais como forma de enfrentar a concorrência. Somente 8% dizem que “não precisamos nos distrair com isso”.

Atualmente, aponta o levantamento do IDC, a adoção de IA já influencia no país, principalmente, tecnologias voltadas para segurança cibernética e detecção de ameaças, automação e eficiência, bem como personalização e experiência do cliente.

Falta mão-de-obra especializada

Os líderes de TI brasileiros também apontaram os principais desafios ao implantar a IA nas empresas do país. Entre os três primeiros, figuram a falta de capacitação para o uso de ferramentas de IA, a preocupação de que isso vá diminuir a oferta de empresas, além da dificuldade de montar um business case de IA. “O principal desafio é encontrar talentos que possam ajudar a desenvolver as soluções de IA e a conectar isso com as áreas de negócios. Ou seja, precisamos investir na educação e na formação de profissionais para não perder em evolução de negócios”, disse Ramos.

Os entrevistados também apontaram os principais desafios para usar a IA. Em primeiro lugar, figura a falta de plataforma de dados confiável, seguida da dificuldade de implementar com segurança e a necessidade de remodelar a força de trabalho.

IA na América Latina

O levantamento do IDC foi realizado com cerca de 500 CIOs (chiefs information officers) e tomadores de decisão de TI e negócios de organizações localizadas na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru. A pesquisa aponta que, na América Latina, o volume de investimentos em infraestrutura de IA deve chegar a US$ 240 milhões este ano. No Brasil, revela o estudo, o montante investido nessa área vem sendo impulsionado, principalmente, por projetos de supercomputadores para petróleo e gás e extensas implantações de ponta em telecomunicações.

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Simone Costa

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