Brasil está fora das previsões da Nokia na largada para a 5G

O presidente da Nokia, Rajeev Suri, antecipa a 5G para o início do próximo ano nos Estados Unidos e na China. E prevê que a dependência aos smartphones vai diminuir com o surgimento de novas fábricas apostando em outras formas de se acessar a internet.

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MWC – Em sua tradicional conferência de imprensa no dia em que antecede a abertura oficial do Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, o presidente da Nokia, Rajeev Suri, afirmou que a tecnologia móvel 5G entrará mais cedo nos mercados dos Estados Unidos e China do que as previsões iniciais. Para o executivo, já no primeiro trimestre de 2019 esta tecnologia estará totalmente disponível para os usuários finais nestes dois países. As projeções mais otimistas estimavam o ingresso da 5G nos anos de 2020 ou 2021 em todo o globo. “A 5G chegará mais cedo, no início de 2019, e os Estados Unidos e a China serão os primeiros a adotá-la”, afirmou.

Conforme o executivo,  logo depois desses dois  gigantes, virão Japão, Coreia do Sul e países do Oriente Médio. A Europa está mais atrasada, reconhece e a América Latina ou Brasil  não foi sequer citado em sua apresentação,  como uma das regiões a antecipar a nova tecnologia.

Para Suri, entre as razões para  Europa não estar  adiantada na implementação da nova fase da telefonia móvel está a pulverização das operadoras (pelo menos três em cada país) e a baixa rentabilidade das empresas de telecom europeias. Cenário igualmente parecido nos mercados brasileiro e latino-americano.

A Nokia  anunciou durante a conferência a assinatura de memorando com a China Mobile para o desenvolvimento de novas oportunidades de negócios com a 5G. Segundo o executivo, a Nokia está fazendo pelo menos 50 trials com a 5G com operadoras de todo o mundo.

IoT

A empresa apresentou também os produtos e serviços que está trazendo para o MWC este ano. Entre as novidades, a Nokia traz muita coisa de realidade virtual; apresenta o conceito  da Nokia Worldwilde IoT Network Grid, uma rede global de internet das coisas em parceria com as operadoras,  com a divisão da receita do serviço como remuneração;  o lançamento de novos acessos mesh WiFi e o Nokia Wireless PON, que promete levar a banda larga para áreas remotas com baixa infraestrutura de banda larga.

Previsões

Quatro são as previsões de Suri para os próximos anos.

  1. Ele entende que a partir da massificação da IoT, as pressões sociais irão aumentar, tendo em vista que o machine learning será lugar comum, provocando a redução de empregos na indústria automobilística e na indústria em geral. “ Os governos terão que se debruçar sobre esse tema”, afirmou.
  2. A dominância dos celulares poderá estar com seus dias contatos. Para o CEO da Nokia, surgirão novos fabricantes que irão desenvolver diferentes formas de acesso à internet, questionando a dominância dos smartphones
  3. Cada vez mais os tráfego do backbone das operadoras irá migrar para as empresas de webscale
  4. A realidade virtual passará a se espalhar por todos os equipamentos e serviços.
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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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