Brasil é o 4º país com mais usuários de internet, diz relatório da ONU
O Brasil é o quarto país com maior número absoluto de usuários de internet, ficando atrás de Estados Unidos, Índia e China. Os dados constam de relatório publicado nesta semana pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
O documento “Economia da Informação 2017: Digitalização, Comércio e Desenvolvimento” apontou que o Brasil tinha 120 milhões de usuários de internet em 2015, ficando atrás dos EUA, com 242 milhões, da Índia, com 333 milhões, e da China, com 705 milhões.
Em 2015, as economias em desenvolvimento responderam por 70% dos usuários de Internet no mundo, sendo a maior parte na China e na Índia. Apenas quatro economias desenvolvidas ficaram entre os dez países com maior número de usuários: EUA, Japão, Alemanha e Reino Unido.
O relatório indicou que no Brasil, na Índia, no México e na Nigéria, as taxas de crescimento anual do uso de Internet ficaram entre 4% e 6% de 2012 a 2015, enquanto as taxas de avanço foram bem menores nas economias desenvolvidas, com exceção do Japão, uma vez que esses mercados já estão perto da saturação.
Quase 90% das 750 milhões de pessoas que ficaram online pela primeira vez entre 2012 e 2015 viviam em países em desenvolvimento, com os maiores números vindo de Índia (178 milhões) e China (122 milhões). Em muitos países em desenvolvimento, aproximadamente metade ou mais dos usuários de Internet ficaram online pela primeira vez nos últimos três anos, este sendo o caso de Bangladesh, Índia, Irã e Paquistão.
No Brasil e na China, mais de 50% da população utiliza a Internet, enquanto na Índia apenas pouco mais de um quarto da população está online. A expectativa é de que os próximos 1 bilhão de usuários de Internet virão principalmente das economias em desenvolvimento.
O acesso e o uso da banda larga são facilitadores essenciais da economia digital, disse o documento. Apesar da crescente conectividade, o uso da banda larga ainda é muito limitado nos países menos desenvolvidos, onde permanece muito cara para a maior parte da população.
Os preços da banda larga fixa podem ser três vezes maiores nos países em desenvolvimento do que nos países desenvolvidos, enquanto o preço da banda larga móvel pode ser duas vezes maior, segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT).
Nos últimos anos, o crescimento das assinaturas de banda larga fixa foi menor que o da banda larga móvel em todas as regiões, o que levanta algumas preocupações em relação ao desenvolvimento de longo prazo das redes e de serviços de alta capacidade em regiões menos desenvolvidas.
Desigualdades permanecem
Apesar da considerável melhora no acesso às TICs, as disparidades persistem no uso de tais tecnologia, especialmente em relação à banda larga. Nos países em desenvolvimento, especialmente nos menos desenvolvidos, a penetração da banda larga é baixa. Mesmo aqueles que têm acesso à banda larga tendem a experimentar velocidades baixas de download e upload, o que limita as atividades na internet.
Em muitos países da região latino-americana e caribenha, a probabilidade de usuários de Internet realizarem compras online é ainda muito baixa. Por exemplo, em Colômbia, México e Paraguai, menos de 10% dos usuários de Internet compram online, enquanto uma fatia muito maior desses usuários utiliza as redes sociais.
O relatório da UNCTAD apontou ainda que a presença dos países da América Latina e do Caribe na economia digital permanece relativamente limitada. Junto com a África, a região latino-americana e caribenha responde por apenas 4% de todas as impressoras 3D utilizadas no mundo. Além disso, as mesmas duas regiões respondem por menos de 2% das empresas digitais do mundo com uma capitalização de mercado de mais de 1 bilhão de dólares.
O relatório indicou também que menos de metade dos países da América Latina e do Caribe adotaram legislação de proteção e privacidade de dados, e menos de um terço de todas as economias caribenhas tem leis de proteção ao consumidor para compras online.
Entre as economias emergentes, a falta de habilidades digitais é particularmente significativa na América Latina. Empresas na região tinham três vezes mais chances do que empresas do Sul da Ásia, e 13 vezes mais do que as da Ásia-Pacífico, de ter problemas operacionais devido à falta de capital humano.
Ao mesmo tempo, o relatório cita experiências bem sucedidas na região, como o programa brasileiro Exporta Fácil, implementado em 2002 e que ajudou a reduzir custos para a exportação de bens das pequenas e médias empresas. (Com assessoria de imprensa)