Brasil continuará na lanterna em velocidade da internet até 2022, prevê Index da Cisco

Em cinco anos, o Brasil irá registar uma velocidade média da internet de 29 Mbps, enquanto a média global de velocidade será de 75,4 Mbps. Mas o tráfego de vídeo seguirá a tendência global, ou seja, o vídeo representará 85% de todo o tráfego da internet brasileira, enquanto no mundo será o equivalente a 80%.

Cancun – A Cisco divulgou hoje, 7, o seu Virtual Networking Index (VNI), que faz projeções sobre demandas de internet e do comportamento das redes de telecomunicações para até o ano de 2022. E os números continuam a apontar para o fosso digital que o Brasil e a América Latina estão se afundando, quando se refere à velocidade da internet. Em 2022, aponta o estudo, a conexão à internet na América Latina  continuará a ser uma das mais baixas do mundo (só perdendo para as regiões da África e Meio Oeste), saindo de 11,7 Mbps para 28,1 Mbps. E o Brasil sairá de uma velocidade média de 13,2 Mbps para 29 Mbps em 2022. Enquanto isso, a média global de velocidade estará em 75,4 Mbps em cinco anos.

Para o diretor da empresa, Mario de La Cruz, diretor de Relações Governamentais Cisco para América Latina, que divulgou o estudo durante o CiscoLiveLA, esse baixo desempenho da internet na região deve-se à falta de investimentos. “Há uma parada no desenvolvimentos das redes na região”, vaticinou. Na América Latina somente o Chile apresentará velocidades próximas à média global, de 70 Mbps, em 2022.

Mas se as redes do Brasil e dos demais países da região vão continuar com baixo desempenho, a demanda dos usuários latinos acompanha a mesma tendência mundial, ou seja, cada vez querem  consumir mais banda, usar mais a rede, transmitir mais dados.

Conforme o Index, enquanto o tráfego global de vídeo pela Internet irá crescer a taxa de 33% ao ano, gerando um tráfego de 282,3 exabytes por mês em cinco anos (dos 66,9 exabytes gerados atualmente), representando 80% de todo o tráfego da internet, no Brasil e América Latina o comportamento é quase igual.

No Brasil, o tráfego de vídeo na internet crescerá 22% a cada ano e alcançará  4.2 exabytes por mês em 2022, contra os atuais 1,7 exabytes por mês gerados em 2017.Desse total, a TV Ultra HD  (de 4K) representará 8,9% de todo o tráfego. O vídeo pela internet (seja de ultra, de alta ou de baixa definição) representará 85% de todo o tráfego da internet brasileira.

Traduzindo ainda mais, no Brasil, diz o estudo da Cisco, 130 bilhões de minutos de conteúdos de vídeo irão sangrar a internet brasileira a cada mês, em cinco anos. Isso significa que serão feitos 49. 514 minutos de vídeo stream ou download a cada segundo.

Além da já confirmada tendência do incremento de tráfego de vídeo, o estudo da Cisco aponta também o aumento da procura por imagens ao vivo e jogos eletrônicos.

A jornalista viaja a convite da Cisco

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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