Benefício do 5G é três vezes superior ao custo de implementação no Brasil
O benefício econômico da tecnologia 5G deve ser quase três vezes superior ao custo de implementação e de ampliação do espectro no território brasileiro, estima estudo da Ericsson encomendado à consultoria Analysys Mason.
Levando em conta os gastos para viabilizar a quinta geração de internet móvel nas bandas baixa (600MHz e 700MHz) e média (3GHz não emparelhado, 2,6GHz não emparelhado e 3,5GHz), a soma deve chegar a US$ 6,4 bilhões (aproximadamente R$ 34,5 bilhões) no País. No entanto, estima-se que o retorno aos setores industrial, rural, de logística e de serviços públicos atinja US$ 18,5 bilhões (R$ 99,8 bilhões) até o ano de 2035 – ou seja, o retorno deve ser 2,9 vezes superior ao investimento.
Em geral, o estudo “Future Value of Mobile in Emerging Markets” (Valor Futuro da Tecnologia Móvel em Mercados Emergentes, em tradução livre) indica que o custo de implantação do 5G em nações emergentes deve girar em torno de US$ 3 bilhões a US$ 8 bilhões.
Além disso, o relatório destaca que, por meio da tecnologia, os 15 países pesquisadores podem ter um incremento de 0,3% a 0,46% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2035.
De acordo com o documento, a maior parte dos desembolsos para implantação do 5G deve ocorrer até 2028 ou 2029. O modelo prevê que, a longo prazo, a frequência de banda média, mais concentrada nas áreas urbanas, seja utilizada por até 70% das populações, estendendo-se, entretanto, por menos de 6% dos territórios dos países.
Adicionalmente, o estudo da Ericsson aponta que a ampliação do sinal 5G em banda baixa deve gerar de US$ 1 bilhão a US$ 3 bilhões à economia dos países, ao passo que a extensão da área de cobertura da banda média produza benefícios que variem de US$ 5 bilhões a US$ 12 bilhões por nação.
“Espera-se que a maioria dos países gere benefícios econômicos três a sete vezes maiores do que o custo incremental de estender a cobertura de banda média”, destaca o relatório. No entanto, a pesquisa ressalta que “formuladores de políticas terão de tomar ações para promover o desenvolvimento do 5G e criar as condições adequadas” para que a contribuição da tecnologia alcance, de fato, os números estimados.
O estudo foi realizado de março a outubro deste ano em 15 países emergentes (África do Sul, Bangladesh, Brasil, Chile, Colômbia, Egito, Índia, Indonésia, Malásia, Marrocos, México, Nigéria, Paquistão, Tailândia e Turquia).