BC eleva projeções de alta do PIB para 1,7%

Para o terceiro trimestre, o Banco Central vê uma inflação acumulada em 12 meses de 10,3%, ante 8,4% estimado em março.
BC eleva projeções de alta do PIB para 1,7%- Crédito: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Crédito: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O BC, Banco Central, revisou nesta quinta-feira, (23), sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022 para 1,7%, ante estimativa de 1,0% apresentada há três meses, mas citou incertezas sobre as previsões.

“A incerteza na projeção permanece maior do que a usual, em cenário de continuidade da guerra na Ucrânia e de riscos crescentes de desaceleração global em cenário de inflação pressionada”, afirmou a autarquia em apresentação divulgada à imprensa.

De acordo com Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do BC, o principal fator para a revisão para cima cima do PIB foi o consumo das famílias. Além disso, mencionou o impacto decorrente das exportações nos primeiros meses de 2022. Para o segundo semestre, a expectativa é de desaceleração na atividade econômica.

“Efeitos cumulativos do aperto monetário em curso, persistência de choques de oferta e antecipações de governamentais às famílias para o 1º semestre contribuem para projeção de arrefecimento da atividade no 2º semestre”, aponta o BC.

A autoridade monetária também revisou a projeção de alta no saldo de crédito em 2022 para 11,9%, ante 8,9% na divulgação anterior, ressaltando o impacto da inflação mais alta, da atividade econômica mais forte e de mudanças no crédito consignado.

A principal revisão no crédito se deu no financiamento para a pessoa física com recursos livres, que passou para uma alta de 17% este ano, ante 13% estimados em março. Para as pessoas jurídicas, a projeção foi mantida em alta de 13%.

“Cenário ainda é de desaceleração em relação ao robusto crescimento registrado em 2020 e 2021, em linha com aperto monetário vigente”, diz o texto do BC.

No caso das transações correntes, a previsão de superávit em 2022 foi para 4 bilhões de dólares, ante 5 bilhões de dólares antes, com elevação tanto nas projeções para as exportações (que passaram a 342 bilhões de dólares) como para as importações (257 bilhões de dólares), em um reflexo dos preços mais pressionados.

As projeções do BC para a inflação já haviam sido atualizadas, na semana passada, na comunicação da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), apontando para um IPCA de 8,8% em 2022, de 4% em 2023 e de 2,7% em 2024 no cenário central do banco.

A apresentação divulgada nesta quinta mostrou que, para o terceiro trimestre, o BC vê uma inflação acumulada em 12 meses de 10,3%, ante 8,4% estimado em março.

O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, explicou que o consumo das famílias foi o principal fator para a revisão para cima do PIB, assim como um impacto positivo das exportações na primeira metade do ano também impactou. Para o restante de 2022, a alta nos juros deve frear a atividade.

(Com Reuters e agências)

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Redação DMI

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