BC diz em ata que corte dos juros pode ser mais lento
O BC divulgou hoje, 26, a ata do Copom (o Comitê de Política Monetária) que aponta para corte de juros mais lentos no futuro. Embora a ata aponta que a próxima reunião irá manter a redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic (taxa básica de juros da economia), foi retirado o plural do chamado “guidance”, que indica as projeções futuras para o comportamento da autoridade monetária.
Segundo o documento, “maiores incertezas” levaram o Banco Central a julgar apropriado obter maior flexibilidade de política monetária. A ata refere-se à reunião realizada este mês, quando o BC optou novamente por reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 p.p., para 10,75% ao ano, no sexto corte seguido.
“Alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir”, informou o BC no documento.
No documento divulgado nesta terça-feira, o Copom reiterou que sua diretoria antevê o corte dos juros de 0,50 ponto percentual na Selic “na próxima reunião”.
“Tal alteração reflete tão somente uma análise de custo-benefício da utilização desse instrumento adicional de política monetária. Por fim, reforçou-se que seria um equívoco interpretar a mudança na sinalização futura como uma indicação de alteração do ciclo de política monetária compatível com o cenário-base”, diz o texto.
Segundo o BC, ainda que a comunicação já contivesse uma condicionalidade embutida, avaliou-se que não trazia a flexibilidade requerida. “Além disso, argumentou-se que uma retirada tardia, possivelmente vista como uma promessa não cumprida, deveria ser evitada porque poderia ter impacto sobre a credibilidade futura da comunicação e provocar volatilidade excessiva”, explicou o documento.
O Copom fez um balanço positivo sobre o uso da indicação condicional para as reuniões subsequentes ao longo das últimas reuniões, reforçando que “cumpriu seu papel de coordenar as expectativas, aumentar a potência de política monetária e reduzir a volatilidade”.