BC: Déficit do setor público, com juros, chega a R$ 460 bilhões

Se  for considerado o resultado sem o pagamento dos juros, houve um superávit de R$ 126 bilhões no ano passado, informa o Banco Central.
Setor público com déficit de mais de R$ 400 bi com juros
(Foto: Freepik)

O setor público fechou o ano de 2022 com déficit de R$ 460,4 bilhões, se for considerado o pagamento dos juros das dívidas, informou hoje, 30 o Banco Central – BC. Se  for considerado o resultado sem o pagamento dos juros, houve um superávit de R$ 126 bilhões no ano passado.

O déficit do setor público com o pagamento de juros representou 4,68% do PIB. Em 2021, o déficit era de R$ 383,7 bilhões, ou 4,31% do PIB. O resultado do consolidado do setor público – que é a conta das receitas menos despesas do Governo Federal, estados municípios e empresas estatais, representou o melhor saldo desde 20122. Em 2021, o superávit das contas públicas foi de R$ 64,7 bilhões.

Segundo o BC, o saldo positivo do Governo Federal foi de R$ 54,9 bilhões. Os Estados de Municípios tiveram superávit maior, de R$ 64,9 bilhões. E as empresas estatais também registraram resultado positivo de R$ 6,1 bilhões.

Dívidas Líquida e Bruta

Em 2022, a Dívida Líquida do Setor Público ( DLSP) atingiu 57,5% do PIB (R$5,7 trilhões), com elevação anual de 1,7 p.p. do PIB. Esse aumento decorreu, sobretudo, dos juros nominais apropriados (+6,0 p.p.), da variação da paridade da cesta de moedas que integram a dívida externa líquida (+1,4 p.p.) e do efeito da valorização cambial de 6,5% no ano (+1,0 p.p.), parcialmente contrabalançados pelo crescimento do PIB nominal (-5,3 p.p.) e pelo superávit primário (-1,3 p.p.).

Em dezembro, a relação DLSP/PIB elevou-se 0,5 p.p. do PIB. Essa elevação decorreu dos impactos dos juros nominais apropriados (+0,6 p.p.), e da valorização cambial de 1,4% no mês (+0,2 p.p.), enquanto o crescimento do PIB nominal contribuiu com redução de 0,3 p.p.

A Dívida Pública do Governo Geral (DBGG) – que compreende governo federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 73,5% do PIB (R$7,2 trilhões) em 2022. No ano, a relação DBGG/PIB reduziu-se 4,8 p.p., resultado sobretudo do crescimento do PIB nominal (-7,5 p.p.), dos resgates líquidos de dívida (-4,5 p.p.), e da incorporação de juros nominais (+ 7,5 p.p.). Em dezembro, a relação DBGG/PIB reduziu-se 1,1 p.p. do PIB, em função basicamente dos resgates líquidos de dívida (-1,3 p.p.), do crescimento do PIB nominal (-0,4 p.p.), e da incorporação de juros nominais (+0,7 p.p.).

 

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Da Redação

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