Bancos veem crescimento menor do crédito em 2022
Os bancos brasileiros aumentaram de 12,7% para 13,9% a projeção de expansão do crédito em 2021, mas reduziram a estimativa para este ano, de 7,3% para 6,7%, segundo a Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas de dezembro.
O levantamento é realizado pela Federação Brasileira de Bancos a cada 45 dias. Nesta edição, a entidade ouviu 18 bancos entre os dias 15 e 21 de dezembro.
O aumento das estimativas de crescimento do crédito em 2021 foi disseminado entre os segmentos do setor. A previsão para a carteira livre subiu de 14,8% para 16,3%, com expansão dos segmentos de pessoa física livre (16,9% para 18,8%) e pessoa jurídica livre (12,7% para 13,9%). A projeção para a carteira de recursos direcionados também avançou, de 8,1% para 10,0%.
Em 2022, a redução da estimativa de crescimento da carteira de crédito total foi puxada por uma contração da projeção de crescimento do crédito pessoal (10,5% para 10,2%). Os bancos também aumentaram a estimativa de taxa de inadimplência da carteira livre, de 3,7% para 3,8%.
Para 68,8% dos participantes, a inadimplência prospectiva da carteira de pessoa física livre não é fonte de grande preocupação e a tendência é de que o indicador retorne ao nível pré-pandemia em 2022. Outros 25,0% afirmam que há potencial de aumento da inadimplência no segmento.
Inflação e PIB
Ainda segundo a pesquisa, 50% dos participantes acreditam que é baixa a possibilidade de cumprimento da meta de inflação em 2022, com a taxa convergindo para o centro da meta apenas em 2023. Em relação ao desempenho do PIB de 2022, apesar das recentes revisões baixistas, a grande maioria (83,3%) dos participantes ainda espera crescimento econômico no ano (em torno de 1%). Para a minoria dos entrevistados (16,7%), a expectativa é de recessão.
Selic
De acordo com a Pesquisa FEBRABAN de Economia Bancária e Expectativas, a maioria (72,2%) dos participantes entendeu como adequado o ajuste de 1,5 ponto percentual da Selic pelo Copom em sua última reunião. O Comitê deverá manter o ritmo de elevação de 1,5 ponto percentual nas próximas duas reuniões (fevereiro e março de 22) e finalizar o ciclo de ajuste em 11,75%.
Dívida Pública
A grande maioria (88,9%) dos participantes avalia como desfavorável a trajetória para a dívida pública. O arrefecimento da atividade econômica, a elevação dos juros e maiores gastos devem pressionar a razão dívida/PIB em 2022, mantendo-a em alta nos próximos anos.
Câmbio
Para o câmbio, a expectativa é de certa depreciação ao longo do 1º semestre de 2022, chegando ao patamar de R$ 5,70.
Cenário internacional e economia doméstica
A Pesquisa de Economia Bancária também mostra que não houve consenso com relação ao impacto esperado do cenário internacional sobre a economia doméstica no 1º semestre de 2022. Para 50%, o cenário deve ser negativo, enquanto para 44,4% será neutro. Apenas 5,6% veem o cenário internacional como positivo.
(com assessoria)