Bancos de investimentos globais sofrem queda
Bancos de investimentos globais enfrentam tempos difíceis após recorde de receita líquida de US$ 132 bilhões, alcançado em 2021. Com a escassez de IPOs, queda nos preços das ações e desaceleração do crescimento econômico global, a receita líquida do setor caiu para US$ 35,6 bilhões no acumulado do ano, uma queda de quase 38% em relação aos US$ 57,4 bilhões apurados no mesmo período do ano anterior, conforme os dados da Dealogic, plataforma de mercados financeiros.
A guerra na Ucrânia e o aperto monetário promovido por diversos bancos centrais levaram a negociações voláteis nos mercados financeiros este ano. Embora isso possa ajudar os volumes de negociação, no entanto, desacelerou as ofertas públicas iniciais (IPOs) e negócios liderados por empresas de aquisição de propósito específico (SPACs).
“Os IPOs são escassos e as SPACs agora são quase inexistentes”, disse Stephen Biggar, da Argus Research, que prevê impactos ainda no próximo trimestre para os bancos de investimento.
O Credit Suisse alertou na última quarta-feira, 8, que condições adversas do mercado, volume reduzido de operações no mercado de capitais e ampliação dos spreads de crédito deprimiram o desempenho financeiro de sua divisão de banco de investimento.
A previsão de analistas de Wall Street é que ocorra um declínio de 22,9% no próximo trimestre nas receitas de 2022 dos cinco maiores bancos de investimento dos Estados Unidos – Goldman Sachs , Morgan Stanley, JPMorgan, Citigroup e Bank of America. O mercado de capitais, segundo eles, é um segmento que está mais exposto a uma desaceleração da economia.
A receita com comissões no segundo trimestre será prejudicada por prazos mais longos para negócios envolvendo fusões e aquisições, embora o ritmo dos anúncios de fusões esteja melhorando.
O impulso dos negócios também diminuiu acentuadamente na Ásia, devido à repressão regulatória da China e à desaceleração econômica, com o valor dos IPOs no centro financeiro de Hong Kong caindo 90% até agora este ano em comparação com o mesmo período do ano passado.