Banco Máxima faz acordo de mais de R$ 2,2 milhões com CVM

Os técnicos da CVM constataram que o banco teria atuado de forma coordenada e sistemática nos pregões próximos ao final do mês, com a finalidade de elevar a cotação do ativo
Banco Máxima faz acordo com CVM. Crédito-Freepik
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A CVM comunicou hoje que fechou acordo com o Banco Máxima, de mais de R$ 2,2 milhões. O fato foi comunicado ao xerife do mercado em abril de 2020. A BSM Supervisão de Mercados (“BSM”) encaminhou à SMI Comunicado, informando que o Banco Máxima, no período de 03.09.2018 a 31.12.2019, teria realizado 455 negócios de compra com incidência de oscilação positiva de preço, que representaram 7% do total de negócios de compra efetuados pelo investigado e contribuíram para a elevação da cotação de CARE11, tendo destacado que os negócios realizados nos últimos 5 pregões de cada mês contribuíram para a valorização do preço do ativo nos períodos de fechamento de balanços do Fundo, prática cuja recorrência foi detectada pela BSM mesmo após a identificação pela Corretora1.

Em 28.01.2019, a BSM abriu investigação sobre as operações realizadas pelo Banco Máxima com CARE11, tendo solicitado à Corretora1:  gravações telefônicas referentes às ordens que suportaram os negócios realizados pelo BANCO com CARE11, no período de 29.08.2018 a 28.09.2018, considerando que foram os pregões que apresentaram as maiores oscilações positivas de preço no período de análise; manifestação dos operadores responsáveis pela execução dos negócios; e  que procedessem à investigação dos fatos, coibindo a prática caso identificassem irregularidades nas operações.

Além de encaminhar as informações solicitadas, a Corretora1 respondeu que, apesar de ter identificado os negócios realizados pelo Banco Máxima no período mencionado em seus controles de monitoramento, concluiu que não existia prática irregular nas operações ou motivo para nova comunicação aos órgãos reguladores.

Mas, no  período compreendido entre 03.09.2018 e 31.12.2019, com influência positiva nas cotações de CARE11 do MÁXIMA na ponta de compra, a SMI verificou que o Banco Máxima teria sido o responsável (a) pela alteração dos patamares de preço e quantidade negociada de CARE11 no período indicado; e (b) por grande parte do volume negociado, sendo que nos dias 30 e 31.07.2021, por exemplo, esse volume alcançou 87% do volume total negociado em mercado (como o ativo apresenta baixa liquidez, isso o tornaria propício à manipulação da sua cotação, uma vez que não é necessário utilizar grandes volumes de recursos para afetar suas cotações.

Área Técnica

Os técnicos da CVM constataram que  nos períodos apresentados, o MÁXIMA teria atuado de forma coordenada e sistemática nos pregões próximos ao final do mês, em negócios de compra com volumes significativos, que variariam entre 48,9% e 87% do volume total de compra do ativo feita pelo mercado, com a finalidade de elevar a cotação do ativo; a fim de elevar a cotação de CARE11 nos finais dos meses, o bancoteria implementado um modus operandi que consistiria na compra em volume significativo em relação ao volume total negociado em mercado, de modo que quando suas ordens fossem inseridas alcançariam a profundidade desejada no livro de ofertas, conduzindo o preço para o patamar definido previamente.

Termo de Compromisso

A CVM decidiu então pelo  encerramento do processo e formalizou acordo com o Máxima por meio da celebração de Termo de Compromisso, com assunção de obrigação pecuniária, em parcela única, junto à CVM, nos valores de R$ 2.208.000,00 (dois milhões e duzentos e oito mil reais) para o MÁXIMA e de R$ 736.000,00 (setecentos e trinta e seis mil reais) para Angelo Ribeiro.

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Redação DMI

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