Banco Central quadruplica reservas em yuan chinês
O Banco Central mais do que quadruplicou suas reservas internacionais em yuanes chineses em 2021, ao reduzir as participações em dólares e euros e construir reservas brasileiras de moeda de seu maior parceiro comercial.
O aumento representou, em termos nominais, US$ 13,766 bilhões a mais em ativos mensurados em yuan no ano passado, na comparação com 2020. As informações foram divulgadas ontem pelo Banco Central no relatório anual de gestão das reservas internacionais.
A moeda chinesa, que até 2018 estava ausente das reservas cambiais do Brasil, subiu para 4,99% das participações do BC no final do ano passado, de 1,21% no final de 2020.
O que deu ao yuan a terceira maior parcela das reservas do Brasil, um pouco atrás do euro, que caiu para 5,04% no ano passado de 7,85% em 2020. As reservas em dólar caíram para 80,34% do total de 86,03% de um ano antes.
A mudança ressalta a crescente importância econômica da China para o Brasil, onde representa 28% do comércio internacional, mais que o dobro dos Estados Unidos, seu próximo maior parceiro comercial, mostram dados do Banco Mundial.
O Brasil também aumentou a exposição de suas reservas a outras moedas – incluindo o iene japonês, libra esterlina, dólar canadense, dólar australiano – e ouro, frequentemente usado como hedge contra outros ativos financeiros.
“Em 2021, buscamos maior diversificação na alocação de moedas, sem prejuízo do perfil anticíclico da carteira como um todo”, disse o BC no relatório anual sobre suas reservas cambiais.
As reservas totais aumentaram US$ 6,58 bilhões no ano passado, para US$ 362,2 bilhões. Os retornos da carteira caíram 0,62%, o pior desempenho desde 2015, principalmente devido à força do dólar americano em relação a outras moedas da carteira.
(com Agência Reuters)