Balança comercial fecha janeiro com déficit de US$ 214,4 mi

A balança comercial, no entanto, apresentou crescimento no valor das exportações e importações de 31,4% e 30,9%, respectivamente.
Balança comercial fecha janeiro com déficit de US$ 214,4 mi - Crédito: Freepik
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O ano iniciou com um déficit de US$ 214,4 milhões na balança comercial. O volume das exportações brasileiras apresentou redução para a China e cresceu para os outros mercados no mês de janeiro, segundo informou nesta sexta-feira, 18, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), ao divulgar o Indicador de Comércio Exterior (Icomex).

O déficit na balança comercial no mês passado não é um resultado inesperado na série histórica. Desde 2009, quando as commodities passaram a representar mais de 50% das exportações brasileiras e a China alçou o posto de principal mercado, o saldo só foi superavitário quatro vezes no mês de janeiro. No ano de 2021, o saldo foi negativo no valor de US$ 219,8 milhões.

O crescimento, em valor, das exportações e das importações foram próximos, 31,4% e 30,9%, respectivamente. No entanto, enquanto as variações nos índices de preços (15,6%) e volume (13,1%) das exportações foram positivas com diferença de apenas 2,5 pontos percentuais, o mesmo não se aplica ao desempenho das importações. Nesse caso, a variação nos preços foi de 32,4% e o volume recuou em 1,4%.

O volume exportado das commodities aumentou 17,4% e o das não commodities, 6,8%. No caso dos preços, a diferença no resultado dos dois fluxos foi menor. As não commodities registraram aumento de 18% e as commodities de 13,6%.

Na análise dos principais mercados de destino das exportações brasileiras, a China continua na liderança, com 21,5% de participação, seguida dos Estados Unidos, com 11,6%. Em janeiro de 2021, esses percentuais eram de 27,7% para a China e 9,5% para os Estados Unidos.

De acordo com nota do Ibre, “é prematuro fazer projeções com base em um mês e consideramos que o percentual da China poderá se elevar nos próximos meses. Observa-se que o resultado da China é explicado pela baixa taxa de crescimento das exportações (1,9%), em comparação com os Estados Unidos, que foi, entre os meses de janeiro de 2021 e 2022, de 59,4%”. A Argentina permaneceu como o 3º principal mercado de exportação com participação de 4,8% e crescimento de 24,2%.

Por setor de atividade, houve aumento no volume exportado da agropecuária (91,3%), seguido da indústria de transformação (16,3%), enquanto a indústria extrativa mostrou queda de 13,4%. Os preços das exportações tiveram aumento de 30,1% na agropecuária e de 20,1% na indústria de transformação, com redução de 2% na indústria extrativa.

Importações

As importações brasileiras em janeiro deste ano subiram 30,9% em valor. Em termos de preços, houve expansão de 32,4% e recuo do volume de 1,4%, explicados pelo comportamento das não commodities. O índice de volume desse agregado recuou 4,2% e os preços aumentaram 30,8%. As não commodities explicaram 90% das importações para o Brasil em janeiro.

Por setor de atividade nas importações, o destaque é a indústria extrativa em termos de volume (86,1%) e preços (110,3%). Entre os principais mercados vendedores para o Brasil, somente a China e os Estados Unidos aumentaram o volume importado, da ordem de 13,7% e 3,5%, respectivamente.

Nas importações, o Ibre destacou o aumento do preço de 66% do óleo combustível, principal produto da pauta, seguido do gás natural liquefeito (GNL), que evoluiu 531%. Nos dois casos, os Estados Unidos são o principal fornecedor, explicando 61,4% das compras de combustíveis pelo Brasil e 81,4% do GNL, com crescimento de 809%.

Os pesquisadores do Ibre lembram que o cenário de eleição presidencial no Brasil, associado à tensão existente entre Estados Unidos, Rússia e China, além da valorização do dólar frente ao real podem provocar revisões da balança comercial ao longo do ano.

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Redação DMI

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