AT&T insiste no roaming permanente e aceita até pagar Fistel

Mas a Anatel avisa que não dá para usar numeração de outros países.

TeleSintese-IoT-Internet-das-Coisas-automacao-rede-conexao-carro-painel-Fotolia_124122125A AT&T , operadora norte-americana que no Brasil é dona da Sky, insiste em poder fazer o serviço de Internet das Coisas (IoT) usando o próprio chip, prática conhecida como “roaming permanente”, no país. Conforme Fabiano Del Soldato, VP de vendas da AT&T GBS, a operadora já tem atualmente mais de 41 milhões de aparelhos conectados em todo o mundo, contratos com mais de 25 montadoras de automóveis, e mais de 20 milhões de carros que trafegam nas estradas de diferentes países que usam o seu chip.

Conforme o executivo, se o Brasil não mudar a atual proibição da Anatel, que impede que chips estrangeiros possam funcionar no mercado brasileiro sob o modelo de “roaming permanente”, o país se atrasará em relação ao resto do mundo. ” Por determinação da Anatel, não podemos  usar o global SIM M2M com roaming permanente.  É uma regulação cada vez mais exlcusiva do Brasil. Italia, Espanha e Alemanha já liberaram essa questão”, afirmou o executivo durante o Painel Telebrasil 2018.

Ele disse que a operadora está até mesmo impedida de recolher o Fistel (Taxa de Fiscalização das Telecomunicações). Segundo o executivo, a empresa está disposta a discutir a equiparação de taxas e impostos do Brasil em relação aos demais países. ” Essa equiparação poderia ser o Fistel, assinalou. Mas ele observou que, com a IoT, há um volume muito baixo de tráfego de dados, o que pode fazer com que o imposto também seja proporcional.

Apoio da Abinee

A Abinee –  que representa a indústria de TI e telecomunicações instalada no Brasil – também apoia o roaming permanente, afirmou Francisco Giacomini, diretor da entidade. ” É possível permitir o roaming permanente com a criação de salvaguardas”, afirmou.

Segundo o executivo, a entidade defende que sejam criadas categorias de dispositivos Iot e M2M (machine to machine) para que as taxas do Fistel sejam menores nos chips com tecnologias mais modernas.  

Anatel

O superintendente de Planejamento Regulatório da Anatel, Nilo Pasquali, assinalou, porém, que a Anatel não vê qualquer problema em operadoras estrangeiras prestarem serviços de IoT no país, desde que usem a numeração brasileira. “A questão é mais difícil quando a empresa quer usar a numeração de lista de outros países”, afirmou.

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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