Até 2020, tráfego de dados móveis crescerá sete vezes no Brasil
O uso de dados móveis continua expandindo em ritmo acelerado e, até 2020, o número de usuários globais vai crescer duas vezes mais que a população mundial. Esse é o cenário apresentado pelo estudo Visual Networking Index (VNI) Global Mobile Data Traffic Forecast, divulgado hoje pela Cisco.
Em termos numéricos, o impacto é ainda maior. Em 2020 haverá 5,5 bilhões de usuários móveis, o que representa 70% da população do planeta, e o tráfego móvel será oito vezes maior. O Brasil segue essa tendência e terá uma expansão de sete vezes no tráfego, o que representa uma taxa de aumento anual de 45%. Isso vai representar um indice anual de 8,8 exabytes contra 1,3 exabyte de 2015. Em quatro anos, com 182,1 milhões de clientes móveis, praticamente 100% do tráfego será “inteligente” no país.
O impulso para a expansão do tráfego móvel tem como componentes o número de usuários móveis, de dispositivos inteligentes, vídeo móvel e as redes 4G. O vídeo, por exemplo, continuará como protagonista, passando de 55% do tráfego global para 75%. E o Brasil, que registrou 56% do uso de vídeos via dispositivos móveis no ano passado, também segue o movimento global, atingindo 75%. Mundialmente, os dispositivos móveis inteligentes e suas conexões ganham escala, chegando a 72% da base nos próximos anos e 98% do tráfego de dados. O mercado brasileiro terá em quatro anos 73% dessas conexões inteligentes, contra 42% no ano passado.
Segundo Giuseppe Marrara, diretor de relações governamentais da Cisco, os smartphones e phablets continuarão dominando o tráfego móvel até 2020, mas ele ressaltou que as conexões M2M começam a ganhar escala. No primeiro caso, esses dispositivos passam a responder por 81% do tráfego, contra 76% no ano passado. Já as conexões entre máquinas passa de 3% para 7% e os tablets diminuem de 9% para 8%. Mas isso não significa que não haverá aumento no número de módulos IPv6 M2M, pelo contrário. Eles devem chegar a 1,5 bilhão, uma expansão de 27% e uma taxa anual de crescimento da ordem de 67%. No Brasil, do total de conexões móveis 6,18% eram referentes a módulos M2M no ano passado e 1,96% do total do tráfego. Em 2020, eles passam a responder por 19,8% da base de conexões e 7,6% do tráfego.
De acordo com o executivo, no próximo ano a conexão via 3G terá superado a conexão via 2G em todo o mundo. Mas três anos depois a 4G irá liderar, com 40% dos acessos, mas ainda bem próxima da 3G, que terá 39%. Na América Latina, o cenário será invertido, com 52% da conectividade proveniente da terceira geração e 32% da 4G que, por sua vez, será maior que a 2G, que terá um market share de 15%. A média global de velocidade do acesso às redes também expande, passando de 2 Mbps para 6,5 Mbps.
O tráfego offload, via redes WiFi e redes de small cells, chegará a 55% do total em 2020. A média da conexão na vida das pessoas envolverá 52% do acesso em casa, 33% no trabalho, 10% em hotspots e 5% em movimento. A expansão do número de hotspots e redes Wlan públicas também será grande, de 64,2 milhões de acessos para 432,5 milhões. Isso embarca também uma perspectiva de aumento do uso de Voz sobre Wi-Fi, VoWiFi, que vai superar voz sobre LTE e sobre IP e vai concentrar 53% dos minutos de ligações até 2020, um salto significativo sobre os 15,7% do ano passado.