Ataque cibernético catastrófico pode ocorrer nos próximos dois anos, diz Fórum Econômico Mundial
O surgimento de novas tecnologias e a instabilidade geopolítica criam um terreno fértil para o aumento de ataques cibernéticos. Nesse contexto, a maioria dos especialistas em segurança digital e dos executivos considera possível a ocorrência de um grande ciberataque nos próximos dois anos.
A previsão consta no “Global Cybersecurity Outlook 2023” (panorama de segurança cibernética global, em tradução livre), estudo do Fórum Econômico Mundial divulgado na quarta-feira, 18, durante a realização do encontro anual em Davos (Suíça).
Segundo o relatório, 93% dos especialistas em segurança cibernética e 86% dos líderes empresariais acreditam que, em meio ao cenário de instabilidade geopolítica, um “ataque cibernético catastrófico” pode ocorrer dentro de dois anos.
Além disso, 43% acreditam que, também no período de dois anos, suas organizações podem ser alvo de um ciberataque.
Ainda conforme o levantamento do Fórum Econômico Mundial, novas tecnologias, como Inteligência Artificial (IA) e machine learning, além da adoção em massa de serviços em nuvem, devem ter grande influência nas estratégias de prevenção contra invasões a sistemas de informação.
“Isso sugere que a implementação de novas tecnologias será realizada de forma combinada, aumentando significativamente a complexidade do ambiente digital de uma organização e destacando a necessidade de incorporar o gerenciamento de riscos cibernéticos em todas as etapas de um processo de transformação digital”, diz o estudo.
O relatório também destaque que, para 34% dos especialistas em segurança cibernética, suas equipes não dominam as competências necessárias para impedir um ataque. Em situação mais crítica, outros 13% dizem que as empresas em que atuam não contam com profissionais qualificados para conter eventuais violações a sistemas.
PREVENÇÃO
Segundo o estudo, os potenciais alvos de ciberataques estão aumentando. Anteriormente, as invasões se concentravam em órgãos governamentais e grandes empresas. Agora, no entanto, qualquer organização que armazene dados de consumidores, mesmo um pequeno negócio, pode ser alvo das ações de criminosos.
A Cloudflare, uma empresa de segurança cibernética dos Estados Unidos que fornece serviços de proteção para mais de 30% das empresas da Fortune 500, aponta que os ataques de negação de serviço distribuída – também conhecidos como DDoS –, os quais consistem na sobrecarga de um servidor para interromper o funcionamento de uma rede, aumentaram 79% no ano passado.
“Há uma tempestade cibernética se formando”, disse Sadie Creese, professora de segurança cibernética da Universidade de Oxford, durante o encontro anual do Fórum Econômico Mundial. “Esta tempestade está se formando e é realmente difícil prever quão ruim será”, destacou.