Após o México, Colômbia e Argentina estão na mira da Olist
A Olist, ecossistema de soluções para o comércio eletrônico, que se tornou unicórnio brasileiro em dezembro do ano passado, dá início à sua expansão pela América Latina, começando pelo México. A empresa está focada em apoiar as pequenas e médias empresas mexicanas com as melhores ferramentas para seus negócios digitais.
“No mundo inteiro, os lojistas pequenos e médios são carentes de soluções para digitalizar suas operações. Chegamos agora ao México, ainda muito no início, mas, naturalmente, queremos expandir para outros países da América Latina. Pensamos em um segundo passo na Colômbia e depois, talvez, Argentina”, afirma Alexander Clein, diretor de vendas da Olist.
A startup brasileira tem como principal objetivo conectar pequenas empresas com mercados maiores para vender seus produtos a um maior número de clientes. Entre os marketplaces com os quais colaborará no México estão Mercado Livre, Walmart, Coppel, entre outros.
Fusões e aquisições
A captação de R$ 1 bilhão em dezembro de 2021, responsável pelo status de unicórnio da empresa, está voltada para a expansão internacional da Olist, mas também ao investimento em tecnologia.
A Olist adquiriu nos últimos meses um sistema de gestão, o Tiny, que ajuda na rotina do lojista, a PAX, startup de logística e, no final do ano passado, uma plataforma de e-commerce, a Vnda.
“Tudo isso ainda está funcionando separadamente. Qual é a nossa visão? Ter uma plataforma que tudo esteja interligado e que o lojista consiga acessar rapidamente a todas essas funcionalidades”, prevê Clein.
A empresa triplicou de tamanho em 2021, fechando o ano com 45 mil lojistas como clientes. “Tivemos um ano muito bom, crescemos três vezes comparados ao ano anterior, bem mais do que a nossa expectativa. E o mundo do e-commerce se fortaleceu como um todo, principalmente com o impacto da pandemia. No começo, a impressão era de uma onda, mas essa onda ficou. Acreditamos que isso vai perdurar no longo prazo, não é apenas uma tendência do momento”, afirma Alexander Clein.
E-commerce em 2021
Dados da Neotrust apontam que o e-commerce brasileiro registrou um faturamento recorde em 2021, que totalizou mais de R$ 161 bilhões, com um crescimento de 26,9% comparado ao ano anterior. O número de pedidos aumentou em 16,9% com 353 milhões de entregas.
A maioria dos consumidores do varejo online é de mulheres, 58,9%, contra 41,1% de homens. O ticket médio do público feminino, no entanto, é menor: R$ 387 ante R$ 522 do público masculino.
Os cinco maiores segmentos do e-commerce, em termos de pedidos, são moda, beleza e perfumaria, saúde, celulares e utensílios domésticos. Em termos de faturamento, os Top 5 são celulares, eletrodomésticos, eletrônicos, informática e moda.
Perspectivas para 2022
A entrada para o seleto clube dos unicórnios facilitou a expansão da Olist que acredita estar ainda bem longe das metas pretendidas. “O fato de ser unicórnio facilita em muita coisa. Facilita em gerar mais credibilidade com o cliente B2B e também com o consumidor final. Facilita em negociações de M&A, facilita em conversas com fundos. O grande benefício desta chancela de unicórnio é gerar credibilidade”, ressalta o diretor de vendas.
Segundo ele, a Olist programa mais uma rodada de captação, ainda sem data definida. “Como a missão de crescimento da Olist é muito grande, falamos de crescer 10 vezes, consideramos sim mais uma rodada, talvez no fim de 2022 ou no início de 2023”, afirma.
“Se conseguirmos capturar bem a sinergia das aquisições que fizemos e integrá-las, entregando uma proposta de valor que o cliente entenda, se conseguirmos fazer bem esse papel, em 2022 cresceremos novamente três vezes. Depende muito de a gente executar bem os nossos planos no dia a dia”, conclui Alexander Clein.
