Após 2 anos de queda, indústria fecha 2021 com alta de 3,9%

A indústria brasileira encerrou 2021 com crescimento depois de dois anos seguidos de quedas, após resultado acima do esperado em dezembro.
Após 2 anos de queda, indústria fecha 2021 com alta de 3,9%- Crédito: Freepik
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A indústria brasileira encerrou 2021 com crescimento depois de dois anos seguidos de quedas, após resultado acima do esperado em dezembro.  A produção industrial cresceu 2,9% na passagem de novembro para dezembro.

No mês anterior, a indústria havia registrado variação nula (0,0%), o que interrompeu cinco meses consecutivos de queda. Com o resultado de dezembro, o setor se encontra 0,9% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, no cenário pré-pandemia, e 17,7% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011. No ano, houve ganho acumulado de 3,9%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira, 2, pelo IBGE.

O gerente da pesquisa, André Macedo, destaca que o resultado do fechamento do ano reflete a perda de ritmo da indústria no decorrer de 2021. “É o primeiro resultado positivo depois de dois anos. Em 2019, o acumulado do ano foi de -1,1% e em 2020, de -4,5%. Em 2021, houve uma característica decrescente ao longo do ano, uma vez que houve ganho acumulado de 13,0% no primeiro semestre e, posteriormente, o setor industrial mostrou redução de fôlego. Os resultados positivos dos primeiros meses do ano tinham relação com uma base de comparação muito depreciada, já que em 2020 houve perdas bastante intensas para a indústria”, explica.

Já o segundo semestre do ano, cujo resultado acumulado foi de -3,4%, tinha uma base de comparação mais elevada. “Além disso, há os reflexos da pandemia no processo produtivo, como o encarecimento dos custos de produção e falta de matérias-primas, e também, pelo lado da demanda doméstica, inflação em patamares mais elevados e o mercado de trabalho que, embora tenha mostrado algum grau de recuperação, ainda é muito caracterizado pela precarização das condições de emprego, com pagamento de salários menores”, diz o pesquisador.

No acumulado do ano, a indústria teve resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas e em 18 das 26 atividades investigadas pela pesquisa, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (20,3%), máquinas e equipamentos (24,1%) e metalurgia (15,4%).

Na comparação com novembro, com a expansão de 2,9% da indústria geral, a maior parte das atividades investigadas pela pesquisa também teve crescimento. A maior influência veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, segmento que teve alta de 12,2% em dezembro. É o quarto mês consecutivo de crescimento do setor, período em que acumulou ganho de 17,4%.

Os produtos alimentícios também tiveram forte influência sobre o resultado da indústria. Mesmo com alta de 2,9% em dezembro, o setor teve menor crescimento do que o apresentado no mês anterior (7,1%). “É o segundo mês de crescimento dessa atividade e esse ganho se deve, principalmente, à produção do açúcar e à volta da exportação da carne bovina para a China”, explica. Apesar do resultado positivo, o setor ainda se encontra 4,1% abaixo do patamar pré-pandemia.

Outros resultados positivos vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (12,0%), de metalurgia (3,8%), de indústrias extrativas (1,6%), de produtos de minerais não-metálicos (2,0%), de máquinas e equipamentos (1,3%), de celulose, papel e produtos de papel (1,7%) e de couro, artigos para viagem e calçados (4,5%). Houve queda em cinco atividades, com destaque para a de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,9%), que eliminou o ganho de 1,8% de novembro.

(com Agência IBGE Notícias)

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Redação DMI

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