Anatel terá indicadores de conectividade significativa até o fim deste ano
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve elaborar indicadores para mensurar a qualidade do acesso e do uso da internet no Brasil até o fim do ano. A ideia é se tornar referência internacional em termos de política de conectividade significativa, conceito que visa a avaliar o setor de telecomunicações para além da infraestrutura de rede.
As informações foram confirmadas por Artur Coimbra, conselheiro da Anatel, nesta quinta-feira, 25, durante o Encontro Nacional Abrint, evento que acontece em São Paulo até sexta-feira, 26.
“A Anatel, neste momento, vem interagindo com outras organizações para construir indicadores adequados”, afirmou, citando participação do Comitê Gestor da Internet no Brasil (Cetic.br) na iniciativa.
Segundo Coimbra, atualmente, a agência busca identificar os elementos necessários para fazer o monitoramento da conectividade significativa no País.
“Não temos um prazo certo, mas, provavelmente, esse ano teremos uma ideia clara sobre quais indicadores são necessários, quais existem e quais precisam ser implementados”, disse o conselheiro.
Além disso, Coimbra destacou que, no que diz respeito a essa pauta, a Anatel não tem se espelhado em nenhum modelo internacional. Desse modo, a agência busca ser pioneira na elaboração dos índices.
“É algo novo, inclusive para organismos internacionais que fazem padronização de indicadores”, frisou. “A partir do momento que houver uma meta de política pública, vamos trabalhar para perseguir essa meta com todos os instrumentos que possuímos”, acrescentou.
Políticas públicas
Em painel na Abrint, Coimbra destacou que o papel do setor de telecomunicações mudou nos últimos anos. Antes, a indústria era mensurada pelo tamanho da infraestrutura e projetos de expansão. Na atualidade, em razão de políticas públicas que dependem de conectividade, o setor se tornou cada vez mais importante para a sociedade.
Nesse sentido, o conselheiro apontou o auxílio emergencial, benefício concedido pelo governo federal como forma de atenuar os impactos da pandemia de covid-19, como um instrumento que “fez aumentar drasticamente o acesso à internet”.
“Para ter acesso ao benefício, tinha que ter o aplicativo. Muitas pessoas passaram a acessar, isso quebrou uma barreira para elas. É um exemplo de política pública que puxou a conectividade”, exemplificou.