Anatel reitera que usina não pode ficar onde está, pois cabos de internet serão afetados

A agência enviou ofício com essa posição para a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União; para o Ministério das Comunicações e para o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
Crédito-Tele.Síntese
A construção de usina de dessanilização põe em riscos os cabos submarinos. Crédito-Tele.Síntese

A Anatel emitiu hoje, 15, o segundo relatório de avaliação sobre o posicionamento da usina de dessanilização em construção em Fortaleza, no Ceará. E, a agência reiterou, em documento, a OPOSIÇÃO à instalação da usina da Praia do Futuro, onde aportam os cabos submarinos de internet. A agência enviou ofício com essa posição para a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União; para o Ministério das Comunicações e para o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Conforme os argumentos da Anatel, o  atual projeto formulado pela empresa de saneamento, embora tenha 1.584 páginas, não contém uma sessão sequer dedicada à analisar riscos e providências para com a infraestrutura terrestre e marítima associada aos cabos submarinos;

Diz ainda que no projeto são ignoradas as possibilidades de influência dos dutos marítimos da usina que despejam os dejetos  no leito marinho, não provendo qualquer segurança aos interessados do setor de telecomunicações em relação a inexistência de riscos às infraestruturas lá instaladas;

Aponta também que não há no projeto atual qualquer estudo ou detalhamento das medidas que serão adotadas para garantir que os dutos terrestres da usina  não provocarão interferências nos cabos terrestres de telecomunicações;

Além de lembrar que o local de instalação da usina é vizinho a Data Centers instalados na região a partir dos incentivos de dei municipal que criou o “Parque Tecnológico  Praia do Futuro”, em distância ínfima. Por fim, a Anatel assinala que o projeto da Usina não trata das 11 recomendações do International Cable Protection Commitee

A usina

A usina em questão é um projeto da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). O risco da implementação afetar o fornecimento de internet vem sendo alertado pelas entidades representativas dos provedores e grandes operadoras visto que a Praia do Futuro é um grande hub de cabos submarinos.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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