Anatel prorroga por 15 anos licença para constelação da O3b
A Anatel prorrogou por 15 anos a licença para a constelação de satélites de órbita média O3b. A autorização está publicada hoje, 22, no Diário Oficial da União. Conforme a agência, a constelação será formada por 48 satélites de órbita Média (MEO), que ficam a uma altitude entre 5 mil a 20 mil quilômetros da Terra.
Conforme a decisão, a constelação usará as faixas de frequências de 19,3 GHz a 19,7 GHz (enlace de descida) e de 29,1 GHz a 29,5 GHz (enlace de subida) e deverá continuar sob a condição de que o sistema O3b opere sem direito à proteção e sem causar interferências prejudiciais em relação à constelação não geoestacionária Kuiper e em relação aos satélites geoestacionários AL YAH 3 (20°O), AMAZONAS-3 (61°O), AMAZONAS-5 (61°O), Eutelsat 65WA (65°O), EUTELSAT 3B (3°E), VIASAT-3 (79°O), VIASAT-3 (89°O) e T19V (63°O), até que os acordos de coordenação com esses sistemas sejam obtidos no âmbito do Brasil.
A autorização foi concedida à empresa NEW SKIES SATELLITES , a representante legal no Brasil dessa constelação, mas que é conhecida no Brasil como SES. A empresa de Luxemburgo adquiriu a totalidade do controle dessa constelação em junho de 2016. Ela já possuía 50,3% do capital da da O3B, e adquiriu a sua totalidade por US$ 730 milhões, além de assumir a dívida de US$ 1,2 bilhão.
Construídos pela Boeing e lançados ao espaço pela SpaceX, os satélites da constelação O3b mPOWER operarão a 8 mil km da superfície da Terra. Segundo a SES, o sistema alcançará 96% da população global, com capacidade dinâmica para fornecer de dezenas de Mbps até múltiplos Gbps por feixe satelital.
O foco da empresa são clientes corporativos, como cruzeiros, companhias aéreas, operadoras de rede móvel, provedores de nuvem, petroleiras, mineradoras e forças armadas.
Em entrevista ao Tele.Síntese em junho deste ano, técnicos da operadora fizeram demonstrações do potencial da nova constelação, incluindo gêmeos digitais de embarcações e plataformas de petróleo; uma rede 5G standalone disponível em uma mala de viagem; uma solução de comunicação para ambientes críticos (push-to-talk); e uma solução de machine vision, por meio da qual equipamentos autônomos podem identificar situações inadequadas em ambientes monitorados.