American Tower prepara o mercado para vender conectividade para aplicações IoT

Empresa inaugurou o IoT Open Labs, para formar recursos humanos e estimular desenvolvedores. No último trimestre, coloca em operação comercial sua rede para aplicações IoT no Brasil
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Abel Camargo, diretor sênior de Novos Negócios da American Tower no Brasil

A American Tower,que está construindo no Brasil uma rede dedicada a aplicações de Internet das Coisas em frequência não licenciada na tecnologia LoRa,anunciou hoje o IoT Open Labs, montado em São Paulo, em parceria com a Everynet e a BandTec Digital School. A proposta do centro é ser um local onde empresas parceiras, clientes, desenvolvedores e estudantes poderão experimentar e testar as aplicações para Internet das Coisas funcionando em uma rede real.

No Brasil desde 2001, a American Tower tem como core business o aluguel de infraestrutura de telecomunicações. Aqui é dona de cerca de 19 mil sites (são 150 mil no mundo)e investiu, na compra de sites de operadoras e na construção de novos R $ 8 bilhões, 75% dos quais nos últimos quatro anos. Agora, decidiu inovar.

“Esta é a primeira vez que a empresa vai fazer cessão de infraestrutura ativa, ou seja, que vai vender conectividade”, conta Abel Camargo, diretor sênior de Estratégia e Novos Negócios da American Tower no Brasil. Por enquanto, o Brasil é o único país em que a ATC está implantando uma rede de tecnologia LoRa.

A rede está em teste-piloto, com operadoras e integradores, nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e vai ser lançada comercialmente no último trimestre, com cobertura de 24% do PIB, de acordo com Camargo. Pelo cronograma da empresa, até o final de 2019 ela atingirá 80 cidades de todo o país, como foco em áreas metropolitanas e rodovias.

É uma rede na tecnologia LPWA (Low Power Wide Area Network), com cobertura nacional e no padrão LoRa (Long Range), em frequência não licenciada (banda ISM, 900MHz). Segundo Camargo, a empresa escolheu o padrão LoRa por ser aberto e com vários fornecedores no mercado, tanto de  sensores quanto de rádios.

A rede que está sendo montada pela American Tower tem como alvo usuários com perfil de atacado, que precisam de uma infraestrutura de rede de baixo custo para suportar ou complementar suas soluções e aplicações de IoT para clientes finais, ou para uso próprio.

Os mercados principais que a empresa pretende explorar são, pela ordem de importância, os de utilities (energia,água e gás), logística e gestão de ativos, agronegócios e cidades inteligentes.

Nesse segmento de mercado – de venda de conectividade para aplicações de IoT -, a American Tower chega para concorrer com a WND, que também opera uma rede LPWA só que com o padrão Sigfox.

Capacitação

Como a Internet das Coisas ainda é pouco difundida no Brasil e também o número de aplicações ainda é restrito, a American Tower entendeu que não bastava montar a rede e colocá-la em operação. Era preciso criar uma ambiente que ajudasse a fomentar o ecossistema da IoT: inovação, capacitação, desenvolvimento.

Para isso, buscou a parceira da BandTec Digital School, uma faculdade instalada na cidade de São Paulo com foco nas TICs, que abriga o IoT Open Labs e responde pela área acadêmica do centro, que vai ter cursos em redes e aplicações de IoT. Já a Everynet é o fornecedor dos rádios e servidores LoRa escolhido pela American Tower.

Várias aplicações estarão expostas e disponíveis na área de demonstração. Entre as aplicações mais promissoras para IoT estão as de medição remota de energia, água ou gás, rastreamento veículo s e de ativos,cidades inteligentes,agricultura e pecuária.

 

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Lia Ribeiro Dias

Seu nome, trabalho e opiniões são referências no mercado editorial especializado e, principalmente, nos segmentos de informática e telecomunicações, nos quais desenvolve, há 28 anos, a sua atuação como jornalista.

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