América Latina vai terminar 2022 com 177 bilhões de ataques cibernéticos

Exposição e vulnerabilidade da região faz da segurança no ambiente digital tendência no mercado local de tecnologia
Ataques cibernéticos vão ditar tendências tecnológicas na América Latina
Proteção a ataques cibernéticos vai ditar as tendências tecnológicas na América Latina, aponta Dell (crédito: Freepik)

A América Latina e o Caribe devem terminar o ano de 2022 com o registro de 177 bilhões de ataques cibernéticos. A estimativa foi apontada por Luis Gonçalves, presidente da Dell Technologies para a América Latina, em conferência para a região, nesta quinta-feira, 1.

No evento, ele apontou as tendências para o setor de tecnologia. As principais para 2023 vão em direção a reforçar os sistemas de segurança das redes de computadores, principalmente dos serviços em nuvem.

“Elementos de borda são, por design, muito expostos. Então, há uma necessidade de se construir estruturas de proteção, até porque, no fim do dia, as pessoas conseguem criar vulnerabilidades nas plataformas de dados”, destacou Gonçalves.

Na conferência, John Roese, CTO Global da Dell Technologies, apresentou quatro soluções que devem se sobressair a partir do próximo ano na região. Confira.

Custo de longo prazo da nuvem

Segundo Roese, a primeira onda de adoção dos serviços em nuvem foi focada nos resultados tecnológicos. Contudo, diretores de TI não podem mais ignorar os custos de longo prazo da infraestrutura, uma vez que pressionam os resultados financeiros das empresas. Além disso, atualmente, os clientes estão migrando para sistemas multcloud. “Se não tiver orçamento, fica difícil manter os serviços em nuvem. Portanto, a adesão à nuvem deve incluir os aspectos tecnológicos e econômicos”, ressaltou.

Modelo de segurança Zero Trust

As empresas devem começar a se mover em direção a uma arquitetura de segurança Zero Trust. O modelo, no qual o usuário tem acesso somente a áreas pré-determinadas do servidor (daí o nome “confiança zero”), deve reduzir anomalias de fontes não autenticadas. Na prática, troca-se um sistema permissivo por um que coíbe o comportamento inadequado.

Roese indicou que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos já implementou o Zero Trust em sua política cibernética. O executivo acredita que o modelo deve ser adotado, inicialmente, por petroleiras e bancos, se disseminando com o tempo pelos demais setores da economia.

“O edge computing é uma área de maior risco, porque está mais próxima dos seres humanos e de seus erros. Então, um [sistema] edge moderno precisa de protocolos de Zero Trust”, pontuou.

Criptografia quântica

A criptografia quântica, na visão do especialista, será cada vez mais necessária. Ele diz que pessoas mal-intencionadas juntam informações criptografadas para decodificá-las e utilizá-las no futuro. Além disso, Roese destacou que, atualmente, a maioria dos usuários de internet não sabe onde a criptografia é usada em suas redes.

Nesse sentido, o executivo sugere que a criptografia quântica seja utilizada em sistemas mais propensos a sofrer invasões. “É preciso identificar as interfaces públicas mais expostas a ameaças imediatas e implementar a criptografia quântica para que as informações não sejam decodificadas”, resumiu.

Arquitetura multicloud

Os CIOs precisam definir o modelo de arquitetura multicloud das empresas. A primeira opção é adotar uma nuvem específica para cada serviço. Já a segunda diz respeito a direcionar todos os servidores a infraestruturas de uso comum, os ambientes multiclouds. Além disso, a escolha deve levar em conta, simultaneamente, a eficiência tecnológica e o custo financeiro.

“Sabemos que o mundo está se movendo mais na direção da computação quântica e de um sistema multicloud. É uma escolha entre plataformas dispersas ou uma de uso comum que promova o serviço de nuvem”, afirmou Roese.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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