Alloha Fibra compra Atex Telecom e expande atuação no Maranhão

Aquisição já recebeu aprovação do Cade e aguarda avaliação da Anatel; Atex, terceiro maior provedor no território maranhense, conta com 64,3 mil clientes de banda larga fixa
Alloha Fibra compra Atex Telecom, provedor maranhense com 64,3 mil acessos
Alloha expande atuação no Maranhão com aquisição da Atex Telecom (crédito: Freepik)

*Matéria atualizada às 18h10, de 24/10, com a anuência prévia da Anatel

A Alloha Fibra, dona da marca comercial Giga+, está expandindo a sua atuação no estado do Maranhão. A companhia comprou o provedor Atex Net Telecom, em operação que já recebeu o sinal verde do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O valor da transação não foi revelado.

A Atex atua, exclusivamente, no território maranhense, onde conta com uma base de 64,3 mil clientes de banda larga fixa, de acordo com dados de agosto da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Com isso, a Atex é o quarto maior player no mercado do Maranhão, atrás de Oi (92 mil acessos), Claro (82,6 mil) e Júpiter Telecomunicações (67,1 mil). A Alloha, por sua vez, aparece em 14º lugar, com quase 6,6 mil clientes.

Na prática, com a aquisição, o grupo Alloha passa a ocupar a terceira posição no mercado maranhense, com 70,9 mil acessos. Além disso, em todo o País, o provedor, dono de uma base de 1,59 milhão de assinantes, amplia a carteira para 1,65 milhão, se distanciando ainda mais na liderança entre as empresas classificadas como Prestadoras de Pequeno Porte (PPPs).

Aprovação concorrencial

O negócio foi aprovado nesta semana pela Superintendência-Geral (SG) do Cade, sem restrições. A Superintendência de Competição da Anatel editou um ato de anuência prévia à aquisição, válido por 180 dias.

De acordo com órgão antitruste, a Atex registrou, no ano passado, receita acima de R$ 75 milhões. A empresa oferta serviços de banda larga fixa e conexão à internet por meio de link dedicado, além de Serviços de Valor Agregado (SVAs). A transação foi realizada por meio da DB3, empresa integrante do grupo Alloha, que comprou a totalidade das quotas da Atex.

Ao Cade, a Alloha justificou a operação apontando “ganhos de eficiência e sinergia entre suas atividades” e as do provedor maranhense. Para a Atex, o negócio “representa uma boa oportunidade de capitalização”.

As empresas informaram o órgão antitruste que a aquisição envolve sobreposição horizontal no mercado de banda larga em 17 municípios do Maranhão: Açailândia, Alto Alegre do Pindaré, Bacabal, Balsas, Barra do Corda, Buriticupu, Codó, Estreito, Grajaú, Imperatriz, Paço do Lumiar, Santa Luzia, São José de Ribamar, São Luís, São Mateus do Maranhão, Timon e Viana.

O Cade notou que a união de forças eleva o market share da Alloha para 32,02% na cidade de Timon, levando em conta as bases das duas empresas em julho. No entanto, observou que o município conta com concorrentes com participações relevantes, como G3 Telecom (35,6%) e Brisanet (22,2%). Também há a presença de uma empresa de porte nacional (Claro) que pode rivalizar e exercer pressão competitiva.

A análise concorrencial também apontou integração vertical entre a oferta de infraestrutura de rede no atacado (backhaul e backbone) da Alloha e a prestação do serviço de banda larga pela Atex. Contudo, considerou que a participação da proprietária da Giga+ fica abaixo de 30% nesse segmento, o que demonstra ausência de capacidade de fechamento do mercado.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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