Além de reforma tributária, indústria precisa de política de semicondutores, defende Abinee
O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, defendeu, nesta terça-feira, 18, a adoção de uma política nacional para fabricação de semicondutores no País. O clamor foi proferido durante a abertura do Fórum Abinee TEC 2023, realizado em São Paulo, com a presença de autoridades, como o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
Segundo Barbato, a recente escassez global de componentes evidenciou a necessidade de o Brasil avançar na agenda de produção de chips, à semelhança de medidas tomadas em outros territórios, como nos Estados Unidos e na União Europeia (UE).
Além disso, o presidente da associação destacou que, assim como a reforma tributária, uma política nacional de semicondutores deve fazer parte do projeto de retomada da industrialização do País.
“É fundamental a implementação de uma política voltada para o desenvolvimento da indústria de semicondutores. É hora de aprofundar a discussão em torno de uma agenda de inovação e modernização do nosso parque fabril para que seja dinâmico e competitivo”, afirmou.
No fim do ano passado, a Abinee tinha a expectativa de que o governo Bolsonaro editasse uma medida provisória que estabelecesse incentivos para a produção de semicondutores no País, o que não aconteceu. Até o momento, o governo Lula também não implementou nenhuma medida a respeito da fabricação local de chips.
“Ações adicionais para atração da indústria de componentes e semicondutores é emancipatória”, frisou Barbato. “Diminuiria a nossa dependência externa e provocaria externalidades positivas, como geração de empregos, renda e cadeias produtivas”, acrescentou.
Reforma tributária
No discurso de abertura do evento, o presidente da Abinee celebrou a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados e disse que o País precisa de “urgentes reformas” para “superar o prematuro processo de desindustrialização e primarização da economia”.
Barbato ainda enfatizou que a proposta que visa a reformular o regime tributário precisa dar “atenção a algumas particularidades setoriais para não comprometer investimentos em andamento”.
No entanto, o relator do texto no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), já indicou que a casa pode reavaliar o tratamento diferenciado previsto na proposta para alguns ramos de atividade.