Além de reforma tributária, indústria precisa de política de semicondutores, defende Abinee

Em evento, presidente executivo da associação, Humberto Barbato, afirma que retomada da industrialização do País, projeto de interesse do atual governo, passa pela redução da dependência externa de chips
Presidente da Abinee volta a defender política nacional de semicondutores
Presidente da Abinee, Humberto Barbato defende adoção de política nacional de semicondutores (crédito: Eduardo Vasconcelos/TeleSíntese)

O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, defendeu, nesta terça-feira, 18, a adoção de uma política nacional para fabricação de semicondutores no País. O clamor foi proferido durante a abertura do Fórum Abinee TEC 2023, realizado em São Paulo, com a presença de autoridades, como o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.

Segundo Barbato, a recente escassez global de componentes evidenciou a necessidade de o Brasil avançar na agenda de produção de chips, à semelhança de medidas tomadas em outros territórios, como nos Estados Unidos e na União Europeia (UE).

Além disso, o presidente da associação destacou que, assim como a reforma tributária, uma política nacional de semicondutores deve fazer parte do projeto de retomada da industrialização do País.

“É fundamental a implementação de uma política voltada para o desenvolvimento da indústria de semicondutores. É hora de aprofundar a discussão em torno de uma agenda de inovação e modernização do nosso parque fabril para que seja dinâmico e competitivo”, afirmou.

No fim do ano passado, a Abinee tinha a expectativa de que o governo Bolsonaro editasse uma medida provisória que estabelecesse incentivos para a produção de semicondutores no País, o que não aconteceu. Até o momento, o governo Lula também não implementou nenhuma medida a respeito da fabricação local de chips.

“Ações adicionais para atração da indústria de componentes e semicondutores é emancipatória”, frisou Barbato. “Diminuiria a nossa dependência externa e provocaria externalidades positivas, como geração de empregos, renda e cadeias produtivas”, acrescentou.

Reforma tributária

No discurso de abertura do evento, o presidente da Abinee celebrou a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados e disse que o País precisa de “urgentes reformas” para “superar o prematuro processo de desindustrialização e primarização da economia”.

Barbato ainda enfatizou que a proposta que visa a reformular o regime tributário precisa dar “atenção a algumas particularidades setoriais para não comprometer investimentos em andamento”.

No entanto, o relator do texto no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), já indicou que a casa pode reavaliar o tratamento diferenciado previsto na proposta para alguns ramos de atividade.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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