Adoção do 5G no Brasil é mais rápida do que a do 4G, diz Conexis

Em 14 meses, desde que a tecnologia móvel do 5G foi lançada no Brasil, já soma 14 milhões de usuários. No lançamento do 4G, depois de 14 meses, havia apenas 2,5 milhões de clientes, afirma Marcos Ferrari, da Conexis.
Marcos Ferrari, Presidente Executivo da Conexis Brasil Digital | Três Produtora
Marcos Ferrari, Presidente Executivo da Conexis Brasil Digital | Três Produtora

A adoção do 5G no Brasil está se dando de forma bem mais rápida do que à época em que foi implementada a 4G, disse o presidente executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari. Segundo o executivo, já existem no Brasil 13 milhões de clientes acessando a nova tecnologia das redes móveis, em apenas 14 meses, desde que o serviço foi lançado. ” Com o 4G, em 14 meses de serviço, existam apenas 2,5 milhões de brasileiros com a tecnologia”, exemplificou o Ferrari, durante o INOVAtic Pará, evento promovido pelo Tele.Síntese.

Conforme o executivo, o 5G brasileiro também já conquistou o terceiro lugar na oferta de maior velocidade de download, atrás apenas de Singapura e Coreia do Sul. Mas, um dos maiores desafios para as empresas, observou ele, é que as receitas permanecem estagnadas mesmo com a adoção do 5G mais acelerada. ” Agregar mais tecnologia e maior cobertura, não significa trazer mais receita para as operadoras”, afirmou.

Ferrari assinalou ainda que, nos próximos cinco anos, o tráfego de dados nas redes das operadoras deverá aumentar 400%, sendo que as seis maiores plataformas digitais geram 50% do tráfego das redes fixas e 80% do tráfego da rede móvel, o que impõe às empresas o dilema de investir em mais capacidade de rede, e, sem uma solução para a essa questão, comprometendo a ampliação da cobertura. ” O dilema não pode ser o de oferecer mais internet, para menos gente”, salientou.

Antenas

A dificuldade de instalação de antenas e infraestrutura nas cidades para a oferta da cobertura com a nova tecnologia foi outro tema de  preocupação apontado pela entidade. Diogo Della Torres, coordenador de Infraestrutura da Conexis Brasil Digital lembrou que na cidade de Belém, por exemplo, as operadoras de celular ainda enfrentam dificuldades para ampliar a infraestrutura, apesar de o município já ter aprovado uma legislação mais amigável para isso. “Mas, passados vários meses, a prefeitura ainda não regulamentou a lei”, lamentou o executivo.

Se há problemas com a infraestrutura, recursos para a ampliação das redes na Região Amazônica estão disponíveis, salientou Rodrigo de Lima, gerente do escritório da Regional Norte da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Segundo Lima, estão disponíveis cerca de R$ 10 bilhões, originários de fundos setoriais, para serem liberados a taxas de juros bastante vantajosas para os operadores investirem na região.

E a Ligga, operadora com sede no Paraná que comprou a frequência do 5G  para atender o estado de São Paulo e a Região Norte do país, pode ser uma candidata a uma fatia desses recursos, ponderou Vitor Menezes, diretor de Relações Institucionais e Regulatório. Até o final deste ano, a operadora terá que ligar com backhaul de alta capacidade 19 municípios da região, e, até 2026, 64 cidades com menos de 30 mil habitantes terão que ser atendidas pela operadora. ” Com a aquisição das frequências no leilão do 5G, a Ligga Telecom irá atuar em uma região que congrega 7% do PIB brasileiro e 43% da população”, afirmou.

Inovação Claro

Albervan-Luz- Foto: Três Produtora
Albervan Luz, Head de Transformação Digital, Claro – Foto: Três Produtora

Albervan Luz, head de e-Care e Transformação Digital da Claro conclamou as startups da região a conhecerem e se engajarem no BEON Claro, o hub de inovação aberta da operadora que atua como uma Venture Builder, estabelecendo parcerias com start ups em diferentes níveis de maturidade. Para o executivo, as start ups brasileiras devem se aprofundar no desenvolvimento de plataformas de inteligência artificial, inclusive a IA generativa. ” Devemos criar plataformas que antecipem problemas com mais expertise”, reforçou.

 

 

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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