Acordo Brasil-Japão para o Open RAN é um grande passo para o mercado de conectividade

Alex Takaoka, da Fujitsu, diz que trato firmado entre as duas nações deve contribuir para incentivar a competição entre fornecedores e ajudar a compor um marco regulatório de telecomunicações chancelado pelo mercado e poder público
Acordo Brasil-Japão de Open RAN deve incentivar competição entre fornecedores, escreve Takaoka, da Fujitsu
Alex Takaoka aponta as vantagens do acordo Brasil-Japão de Open RAN (crédito: Fujitsu/Divulgação)

Por Alex Takaoka* – Um acordo entre Brasil e Japão foi aprovado e assinado nos últimos dias pelo Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para uma parceria entre os países no que diz respeito ao Open RAN (Open Radio Access Networks ou redes abertas de acesso por rádio). Impulsionado pelo 5G, acredito ser um passo importante para o País que, seguindo uma tendência mundial, cristaliza a vontade pela mudança na essência do mercado de redes de acesso, controlado atualmente por alguns fabricantes, dando lugar para que novos players possam participar, incentivando a competição entre fornecedores.

A aliança firmada cria uma janela de oportunidade a ser explorada, bem como arestas a serem aparadas em uma parceria entre Brasil e Japão. É um componente que irá ajudar a compor um marco regulatório de telecomunicações, chancelado pelo mercado e poder público, visando criar um ecossistema fortalecido e propício à oferecer os melhores serviços para as empresas e para as pessoas.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) vão investir mais R$ 180 milhões em Centros de Competência no desenvolvimento de pesquisas em 5G e 6G, tecnologias imersivas aplicadas a mundos virtuais e Open RAN. O Brasil pode se tornar uma referência, apostando no desenvolvimento de recursos imprescindíveis para o setor de telecomunicações, para indústria e para as pessoas.

Mas qual a importância do Open RAN para 5G? Desde antes de o 5G se tornar realidade, globalmente as empresas de telecomunicações enxergaram os gargalos de custos de infraestrutura e dos equipamentos. As redes 5G exigem muito mais das estações rádio base para fornecer cobertura geral. Logo, um “padrão aberto” que acirre a concorrência e crie alternativas para diminuir preços é interessante para as empresas de telecomunicações.

O padrão Open RAN está mudando a forma como os desafios do mercado de redes podem e devem ser encarados e, inclusive, representado pelo O-RAN Alliance. A entidade que congrega mais de 300 stakeholders e suportados por todos os principais fornecedores de equipamentos e mais de 22 operadores globais de conectividade com implantação de redes comerciais em todo o mundo. Com aproximadamente 1.199 bilhão de assinantes, em países ou regiões com população combinada de mais de 2.4 bilhões, em uma base mundial de 21% de assinantes móveis.

Além da troca de informações sobre novas tecnologias relacionadas à expansão de Open RAN no Japão e Brasil, é a chance de um compartilhamento de conhecimento sobre as vantagens, agregando tecnologia sustentáveis e inovadores em setores que ainda carecem de conectividade de qualidade como, por exemplo, o agronegócio e a mineração.

*Alex Takaoka é Head of Customer Engagement da Fujitsu do Brasil.

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